A Rede Nacional de Terapia Celular, que começará a ser implantada no fim do ano, integrará os centros de pesquisa que atuam com células-tronco no país. Hoje essas equipes trabalham isoladamente, o que acarreta algumas dificuldades. Com a criação da rede, a infra-estrutura, o acesso aos materiais, equipamentos e a própria capacitação dos pesquisadores deverão sofrer melhorias. A previsão é de que a rede esteja funcionando plenamente no fim do ano que vem.
Inicialmente, a rede será composta por pesquisadores de diversas instituições científicas que tiveram projetos aprovados em chamadas públicas. Foram recebidos 148 projetos, e a previsão é de que cerca de 20 sejam selecionadose. A rede, que envolve os ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, terá ainda a participação de seis centros produtores de células-tronco, equipados com toda a estrutura necessária e atendendo às exigências de segurança, qualidade e boas práticas na manipulação. A idéia é que cada centro seja responsável por um determinado tipo de linhagem.
A implantação da rede terá um investimento total de R$ 21 milhões. Serão R$ 10 milhões para os projetos selecionados e R$ 11 milhões para os centros produtores. "Um dos critérios de seleção para os centros deverá ser a estrutura já existente", diz o secretário da Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. "A idéia é aproveitar o conhecimento e a estrutura das equipes que já estão envolvidas nas pesquisas."
Segundo ele, o investimento é importante tanto para devolver qualidade de vida a milhares de pacientes, como para reduzir os custos do sistema de saúde. "Hoje uma pessoa que sofra de uma cardiopatia grave tem o transplante como única opção", aponta. "Além da dificuldade na captação dos órgãos, o transplante é um procedimento grande, caro, que representa sofrimento para o paciente e tem risco de rejeição. As células-tronco aparecem como uma opção terapêutica de menor sofrimento e menor custo." Enquanto um transplante pode ter um custo total de até R$ 100 mil, o tratamento com células-tronco consumiria cerca de R$ 30 mil. "É importante deixar claro que atualmente as células-tronco não podem ser consideradas opção terapêutica de rotina em nenhum lugar do mundo, é tudo pesquisa, tratamento experimental", lembra Guimarães. "Se tem gente vendendo terapia com células tronco a milhares de dólares, é charlatanismo." Para ele, ainda é difícil fazer uma previsão de quando esse tipo de tratamento estará disponível.
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