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Segurança

Rede integrada entra nos projetos da Copa

O governador Orlando Pessuti na abertura do evento que reúne comandantes das Polícias Militares em Curitiba: foco na Copa | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O governador Orlando Pessuti na abertura do evento que reúne comandantes das Polícias Militares em Curitiba: foco na Copa (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

O legado da Copa do Mundo 2014 pode ir além de melhorias na infraestrutura e de estádios novos. A segurança pública, um dos pontos frágeis no Brasil e área anunciada como prioritária na gestão da presidente eleita Dilma Rous­­seff (PT), deve ser atingida também pelos benefícios gerados pelo evento esportivo. O principal benefício seria a criação de um sistema integrado dos bancos de dados das centrais de 190, que recebem as chamadas da população. Crimes registrados em cidades paranaenses seriam automaticamente informados em uma rede interligada on-line. A divulgação da informação facilitaria a busca de suspeitos, por exemplo. A proposta foi apresentada ontem pelo presidente do Con­selho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, coronel Álvaro Camilo, durante a abertura da 3.ª Reunião Extraor­dinária da entidade, que ocorre em Curitiba até amanhã.

A ideia, adotada em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão ligado ao Ministério da Justiça, surgiu com a proposta de criação dos Centros de Comando e Controle para a Copa de 2014. Esses centros são os Ciosps, que funcionam hoje isoladamente e que teriam a estrutura reforçada a fim de integrar equipes das polícias Civil, Militar e Federal, da Agência Nacional de Inteligência, das Forças Armadas e da Guarda Municipal. Esses núcleos controlariam a segurança pública durante a Copa nas 12 cidades-sede. O objetivo é que esses grupos troquem informações constantes sobre possíveis ocorrências no evento.

"É o mapeamento das ocorrências on-line. O crime não tem fronteira. O criminoso pode roubar aqui [em Curitiba] e ir para São Paulo", comenta Camilo. Para tal sistema funcionar seria preciso que os estados adotassem softwares modernos como o photocrim, já usado em São Paulo, que registra imagens dos suspeitos em todo o estado.

Infoseg

O Brasil já tem uma rede de informações de criminosos chamada Infoseg, que é alimentada por policiais depois das ocorrências. Camilo alega que o novo sistema é uma evolução do Infoseg, já que a proposta do Conselho prevê que o bando de dados seja alimentado em tempo real. Segundo o coronel, os programas deverão "conversar" entre si.

A implantação da rede dependeria de convênios e a integração entre os estados não demoraria mais do que quatro meses, de acordo com Camilo. O estado de São Paulo ofereu gratuitamente os sotwares para o funcionamento do sistema. A proposta inclui ainda monitoramento por câmeras nas cidades centralizadas nos Centros. Segundo Camili, 14 estados já es­­tão interessados, inclusive Paraná.

O ex-secretário de Estado da Defesa Social do Pará, Paulo Celso Câmara, aprova a ideia desde que haja garantia de que nem todas as informações serão distribuídas para todos os estados. "99% das ocorrências são locais. É preciso analisar e, dependendo do tipo da ocorrência, pode ser socializada", diz. Ele ainda ressalta que ações como essa, de pesquisas com dados, são raras. "Inteligência policial hoje em dia é 90% grampo telefônico. Tem fatos e dados que se forem trabalhados geram conhecimento."

Para o ex-secretário da Senasp José Vicente da Silva Filho, a integração das informações é uma necessidade urgente no Brasil. "É altamente necessário até porque há criminosos que circulam por todo o país", afirma.

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