Aparato
Mundial terá 600 mil policiais
A Copa do Mundo 2014 deverá envolver o trabalho de pelo menos 600 mil policiais militares e bombeiros. O assunto foi um dos temas do primeiro dia do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e Bombeiros Militares, ontem, em Curitiba. Para governador Orlando Pessuti, que abriu o evento, o Paraná está credenciado para receber o evento. "O Paraná está se preparando para a copa de 2014 e para tantos outros eventos que imaginamos ter em outros anos. Mas dizer que não temos condições de receber seria uma inverdade", disse.
O presidente do Conselho, coronel Álvaro Camilo, avalia que o Brasil tem experiência em sediar grandes eventos, o que credencia o país para receber a Copa. De acordo com Camilo, policiais têm participado de cursos em Israel como parte da preparação para o Mundial.
Comando regional
Durante o evento, Pessuti assinou o decreto que cria o Comando Regional de Polícia Militar em São José dos Pinhais. A criação da nova unidade faz parte do projeto de reestruturação da Polícia Militar já aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná. O comando vai concentrar a administração de todas as unidades da PM na região metropolitana de Curitiba e litoral. O objetivo, de acordo com Pessuti, é decentralizar as administrações da polícia.
O legado da Copa do Mundo 2014 pode ir além de melhorias na infraestrutura e de estádios novos. A segurança pública, um dos pontos frágeis no Brasil e área anunciada como prioritária na gestão da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), deve ser atingida também pelos benefícios gerados pelo evento esportivo. O principal benefício seria a criação de um sistema integrado dos bancos de dados das centrais de 190, que recebem as chamadas da população. Crimes registrados em cidades paranaenses seriam automaticamente informados em uma rede interligada on-line. A divulgação da informação facilitaria a busca de suspeitos, por exemplo. A proposta foi apresentada ontem pelo presidente do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, coronel Álvaro Camilo, durante a abertura da 3.ª Reunião Extraordinária da entidade, que ocorre em Curitiba até amanhã.
A ideia, adotada em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão ligado ao Ministério da Justiça, surgiu com a proposta de criação dos Centros de Comando e Controle para a Copa de 2014. Esses centros são os Ciosps, que funcionam hoje isoladamente e que teriam a estrutura reforçada a fim de integrar equipes das polícias Civil, Militar e Federal, da Agência Nacional de Inteligência, das Forças Armadas e da Guarda Municipal. Esses núcleos controlariam a segurança pública durante a Copa nas 12 cidades-sede. O objetivo é que esses grupos troquem informações constantes sobre possíveis ocorrências no evento.
"É o mapeamento das ocorrências on-line. O crime não tem fronteira. O criminoso pode roubar aqui [em Curitiba] e ir para São Paulo", comenta Camilo. Para tal sistema funcionar seria preciso que os estados adotassem softwares modernos como o photocrim, já usado em São Paulo, que registra imagens dos suspeitos em todo o estado.
Infoseg
O Brasil já tem uma rede de informações de criminosos chamada Infoseg, que é alimentada por policiais depois das ocorrências. Camilo alega que o novo sistema é uma evolução do Infoseg, já que a proposta do Conselho prevê que o bando de dados seja alimentado em tempo real. Segundo o coronel, os programas deverão "conversar" entre si.
A implantação da rede dependeria de convênios e a integração entre os estados não demoraria mais do que quatro meses, de acordo com Camilo. O estado de São Paulo ofereu gratuitamente os sotwares para o funcionamento do sistema. A proposta inclui ainda monitoramento por câmeras nas cidades centralizadas nos Centros. Segundo Camili, 14 estados já estão interessados, inclusive Paraná.
O ex-secretário de Estado da Defesa Social do Pará, Paulo Celso Câmara, aprova a ideia desde que haja garantia de que nem todas as informações serão distribuídas para todos os estados. "99% das ocorrências são locais. É preciso analisar e, dependendo do tipo da ocorrência, pode ser socializada", diz. Ele ainda ressalta que ações como essa, de pesquisas com dados, são raras. "Inteligência policial hoje em dia é 90% grampo telefônico. Tem fatos e dados que se forem trabalhados geram conhecimento."
Para o ex-secretário da Senasp José Vicente da Silva Filho, a integração das informações é uma necessidade urgente no Brasil. "É altamente necessário até porque há criminosos que circulam por todo o país", afirma.
Isenção do imposto de importação é ineficaz para reduzir preços dos alimentos
Acuado pela inflação e distante do campo, Lula acumula “barbeiragens” na lida com o agro
Preço dos alimentos: a ideia do governo e o risco da “medida drástica” de Lula
Enquete: medidas do governo Lula vão baratear os alimentos?
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora