Bebês prematuros e crianças com patologias graves durante o período neonatal (primeiros 28 dias de vida) passam a ter atendimento diferenciado na Unidade de Saúde Mãe Curitibana, na capital. Durante três dias na semana, uma equipe multidisciplinar é encarregada de atender esses bebês e orientar suas mães. O projeto Ambulatório do Bebê de Risco, criado e desenvolvido no Hospital Pequeno Príncipe desde 2004, foi estendido para o sistema público de saúde do município.
"Ao mesmo tempo em que as novas tecnologias nos permitem reduzir os índices de mortalidade infantil, aumenta a morbidade, isto é, o tempo em que as crianças nascidas prematuras permanecem nas UTIs", lembra a coordenadora do projeto, a neuropediatra Mara Lúcia Santos. "Esse maior tempo na incubadora pode trazer danos ao cérebro e a todo desenvolvimento normal do bebê. Portanto, é importante um acompanhamento contínuo dessas crianças e também orientações às mães", diz Mara.
Segundo ela, além dos problemas com o nascimento antecipado, recém-nascidos podem apresentar outras patalogias, como crise convulsiva, má formação, hemorragia cerebral, hipoglicemia e meningite. "São critérios de risco que também pedem um acompanhamento especial", reforça a médica. O projeto possibilita uma avaliação freqüente e conjunta do bebê, feita por médicos de diversas especialidades na mesma consulta. Neonatologia, neurologia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, odontologia, otorrinolaringologia, oftalmologia e suporte nutricional são as áreas oferecidas até que a criança complete sete anos.
"A avaliação precisa se estender por todo esse tempo porque alguns danos em bebês prematuros podem vir a aparecer apenas no período escolar", explica a coordenadora, lembrando que cerca de 50% das crianças que nascem prematuras desenvolvem alguma seqüela, seja ela motora, neurológica, psicológica ou cognitiva.
A parceria com a prefeitura de Curitiba permitiu estender os benefícios do projeto para um número maior de famílias.
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