O governo vai tentar a última cartada para impedir a CPI do Apagão Aéreo. Pressionado pelo Palácio do Planalto, o líder na Câmara, José Múcio (PTB/PE), convocou os demais líderes da base para uma reunião hoje. "Ainda vamos tentar não instalar", diz. No PT e nos demais partidos predomina a avaliação que, se o assunto for para o STF, a CPI será instalada. Por isso, petistas já negociam com tucanos uma nova ementa (justificativa) para a CPI, delimitando os assuntos. A proposta governista é investigar apenas as empresas aéreas privadas. Em troca, o PT daria a um tucano moderado a presidência da comissão. Se o PSDB insistir no texto atual, a ordem do governo é contra-atacar com uma CPI do Metrô na Câmara.

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Portfólio – O PMDB separou nomes para as pastas que ainda espera abocanhar. Além de Eunício Oliveira para o Turismo e Waldemir Moka (MS) para a Agricultura, o partido vai propor Reinhold Stephanes (Paraná) para a Previdência. Novos padrinhos – Paulo Lustosa, diretor da Funasa, avalizado por Renan Calheiros e José Sarney, parecia muito à vontade no grupo de Michel Temer. Se depender do que os senadores têm dito a Lula, deve perder o posto. Boca fechada – Nem tudo são flores para Geddel Vieira Lima, um dos vitoriosos no PMDB, com a recondução de Temer à presidência. O deputado está sob dieta feroz. Amigos dizem que é para caber no terno da posse no Ministério da Integração Nacional. Cartão de visitas – Joaquim Roriz (DF), um dos únicos senadores na convenção do PMDB, não cansava de dizer que o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, local do encontro, era obra de seu governo. "Viram que beleza que eu construí?", gabava-se. Repaginados – Rosinha Matheus arrancou elogios dos convencionais, mais magra e com moderno corte de cabelo. Anthony Garotinho apareceu mais fino no visual e no discurso, e Clarissa, filha do casal, passou de morena a loira. Magoei – Nelson Jobim disse a um petista que continuará apoiando o governo, mas ressalvou: "Política com o Lula eu nunca mais faço". Titãs – Blairo Maggi e o deputado Valdemar Costa Neto disputam a indicação do diretor-geral do Dnit. O governador de Mato Grosso quer emplacar seu ex-secretário Luiz Antônio Pagot, e Costa Neto apadrinha Márcio Rodrigues, ex-diretor da Dersa. Chumbo grosso – Partidos aliados tentam dinamitar a entrada do PDT na reforma ministerial. Citam a adesão à CPI do Apagão Aéreo como prova de infidelidade. "Se ficarem com o Ministério da Previdência e Lula tiver de fazer a reforma, eles votam contra", analisa um governista. Recuo – Heráclito Fortes (PFL/PI) apresentará nesta quarta novo pedido de CPI das ONGs. Recolheu 73 assinaturas. O número seria maior, mas alguns senadores, como Aloízio Mercadante (PT), desistiram ao saber que a idéia seria levada adiante. Salvos – Se depender de Ricardo Izar (PTB/SP), Paulo Maluf, José Genoíno e Antônio Palocci, na mira do PSol, podem dormir tranqüilos. O presidente do Conselho de Ética da Câmara rejeitará os pedidos de processo por fatos anteriores ao mandato. De volta – João Paulo Cunha quer ser o presidente do PT paulista. Depois de um silêncio auto-imposto com a crise do "mensalão", voltou à articulação na eleição de Arlindo Chinaglia (SP), que, assim como o grupo de Marta Suplicy, deve apoiá-lo. Passo a passo – Arlindo Chinaglia (PT/SP) incluiu na pauta da semana o projeto de revitalização do Rio São Francisco. É para quebrar a resistência à transposição.

TIROTEIO

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"No PMDB, Lula procura atender a todas as forças. No PT, atende a uma só: o Campo Majoritário. Isso é incompreensível."

De Romênio Pereira , secretário de Organização do PT, do Movimento PT, sobre o tratamento dispensado pelo presidente ao partido na reforma ministerial.