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Curitiba – A eleição de 1.º de outubro dividiu o país entre Norte e Sul. Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, venceu nos estados do Nordeste e do Norte, seu principal adversário, o tucano Geraldo Alckmin ganhou nas regiões Sul e Sudeste.

Este racha eleitoral levou a disputa para o segundo turno. No Paraná, o candidato do PSDB teve 53,01% (2.953.572) de votos. Lula ficou com 37,90% (2.111.589) de votos. Alckmin venceu em 259 municípios paranaenses. A sua vitória mais expressiva, em porcentagem de votos, foi em Imbituva, cidade a 180 km de Curitiba e que tem cerca de 27,6 mil habitantes. O tucano teve 81,31% dos votos.

A economia de Imbituva é baseada no cultivo do fumo e no ramo madeireiro. Os dois setores, segundo lideranças políticas locais, estão em crise por causa da política cambial do governo federal. A madeira beneficiada na região era exportada, mas com o real em alta, o produto perdeu competitividade externa. As empresas reduziram a produção e cortaram postos de trabalho.

Segundo o prefeito de Imbituva, Celso Kubaski (PPS), as lideranças locais fizeram campanha para Alckmin. "As pessoas votaram mais em protesto contra o Lula do que a favor de Alckmin. O pólo madeireiro da região foi afetado pela política cambial do país. A agricultura também sofreu revés. Alckmin foi a única alternativa ao Lula", afirma Kubaski.

Para o deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB), um dos mais votados na região, a política de câmbio fez com que as empresas reduzissem em mais da metade os postos de trabalho. "O câmbio também afetou os plantadores de fumo, que não contam com investimento do governo estadual", diz Rossoni. Tanto o deputado como o prefeito dizem acreditar que na eleição de 29 de outubro, Alckmin deve ter a mesma quantidade de votos na cidade.

O presidente Lula venceu em 140 cidades do estado. O petista teve a maior porcentagem de votos (75,39%) em Pinhal de São Bento, município a 581 km de Curitiba e que fica quase na fronteira com a Argentina. Com uma população de pouco mais de 2,4 mil pessoas, que vive da agricultura, Pinhal de São Bento votou em peso no presidente-candidato.

"Fizemos uma pesquisa na cidade e as pessoas demonstraram estar contentes com os convênios para agricultura familiar. Por isso, resolvemos apoiar o Lula. No segundo turno a votação será ainda melhor. Vamos continuar apoiando o presidente. Ele deve chegar a uns 80% dos votos do município" garante o prefeito Jaime Ernesto Carniel (PMDB).

O deputado federal reeleito Assis Miguel do Couto (PT) diz acreditar que houve um reconhecimento da população, que é formada basicamente por pequenos agricultores, para os programas criados pelo presidente Lula. "A agricultura familiar foi bem atendida no governo Lula", afirma Couto.

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