Reeleito nas urnas para o cargo de procurador-geral de Justiça com 1.147 votos - maior placar já obtido na história das eleições para a chefia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) -, Fernando Grella Vieira planeja equipar a instituição, concluir projetos aos quais deu início no primeiro mandato (2008/2009) e dar celeridade ao combate à improbidade. Mas a maior preocupação dele está na Câmara, que se prepara para votar projeto que inquieta sua classe porque prevê punição aos promotores que "agirem com má-fé". "É uma clara tentativa de intimidação", adverte o procurador, inconformado com o fato de o governo federal ter apoiado a iniciativa.
Para Grella, a Câmara cometerá um "equívoco" se aprovar a proposta, porque, diz, "situações de abuso são raras". Ele alega que já existem órgãos que têm o papel de coibir casos abusivos, como as corregedorias e o Conselho Nacional do Ministério Público. "O projeto representa remédio excessivo e amargo que pode matar o combate à corrupção. Querem inibir o promotor isento, cerceamento inadmissível.
A lista com o nome de Grella e de outros dois procuradores - João Viegas, com 408 votos, Márcio Christino, 397 - chegou às mãos do governador José Serra (PSDB) sábado à noite. Agora, cabe ao chefe do Executivo escolher o procurador-geral. Se ele for confirmado pelo governador na chefia do órgão, Grella diz que vai investir em equipamentos e instalações físicas, ciência da tecnologia e na construção do sistema de informatização e do banco de dados, principalmente na área criminal.
Ele promete "estabelecer diretrizes e metas especialmente com relação ao combate ao crime organizado e na esfera da tutela coletiva na infância e juventude e, mais diretamente, na educação, pelo aspecto preventivo". Segundo ele, "a ofensiva contra a improbidade é prioritária".
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