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Moradora do pacato distrito de Pirabeiraba, Cordula Graper Piske, 62 anos, não imaginava que seu dia acabaria em um leito de hospital. Por volta das 8h20, ela e a mãe, Elfrida Graper, 89 anos, foram surpreendidas com a entrada de dois homens na cozinha enquanto temperava uma carne para o almoço. Calmamente, perguntaram pelas chaves do carro da família.

Distante uns 15 metros da casa, o marido de Cordula, Renato Piske, percebeu a movimentação estranha e resolveu pedir socorro. As duas mulheres foram retiradas da residência sob a mira de pistolas e colocadas dentro de um Astra prata. Um dos homens já estava deitado no banco de trás. Depois de alguns metros, Elfrida foi solta. "Minha avó foi jogada do carro", diz a neta Mariluza, que mora ao lado da casa da mãe.

A partir daí, foi uma sequência de filme de terror, conta Piske. A Estrada do Oeste, na Vila Canela, não tem saída. Ao ouvir o helicóptero se aproximando, um dos bandidos atirou contra a aeronave. O revide da polícia foi tão intenso que o motorista perdeu o controle e o carro colidiu contra uma árvore. "Aí foi um horror. Cordula acabou virando um escudo entre os bandidos e a polícia", diz Piske, emocionado.

Três tiros acertaram a dona de casa, que é mãe de quatro filhos: um próximo ao coração e dois trespassaram a perna e o braço. Dois dos três bandidos foram baleados e morreram. Cordula foi encaminhada em estado grave para o Hospital São José, em Joinville. Segundo o hospital, ela passou por uma cirurgia para retirada da bala alojada no peito e está sob observação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O estado de saúde dela ainda é delicado.

História

Os moradores de Pirabeiraba nunca viram nada parecido. Voos rasantes de helicóptero e dezenas de veículos policiais nunca fizeram parte da rotina dos agricultores que cultivam, principalmente, cana-de-açúcar.

Depois de roubarem a viatura da Polícia Rodoviária Estadual, a primeira casa invadida pelos bandidos no distrito foi a de Mareli Bahl Schneider, mas a mulher e o filho de 7 anos conseguiram fugir. Só em seguida, eles entraram na residência da família Piske. Para Carmen Piske Meyer, cunhada de Cordula, o medo é crescente. A polícia avisou que as casas da re­­gião devem ficar fechadas enquanto a caçada ao fugitivo continua. Moradora na Estrada do Pico, paralela à Estrada do Oeste, Carmen tem medo que o fugitivo venha pelo rio que corta as duas estradas. "Tivemos que soltar os cachorros", diz. (AP e Bianca Marchetti)

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