O senhor disse que não iria se candidatar novamente à presidência do partido. Por que mudou de idéia?
Os motivos para eu não querer me candidatar eram pessoais. Viajei para a China em setembro totalmente convencido de que não iria me candidatar. Mas na volta, tanto deputados federais da bancada, quanto senadores, membros do governo e sindicalistas do partido ponderaram comigo em várias reuniões para que eu recolocasse meu nome. Fizeram isso a partir de duas avaliações, que não são minhas, são deles: sou eleitoralmente competitivo e é importante dar continuidade ao trabalho que fiz na presidência.
O senhor assumiu o partido em um dos momentos mais difíceis, no auge da crise do mensalão. Será mais fácil administrar o PT nos próximos dois anos?
A própria eleição se dá em um momento mais estável. O PT tem hoje uma convicção política a respeito do que aconteceu, já manifestada em resoluções partidárias. Temos de manter a idéia de que o PT é um partido que tem uma longa vida, com potencial de crescimento e vários desafios a serem superados nos próximos anos. É uma eleição em que o debate é mais racional. Na última havia muita tensão, muita angústia por parte dos militantes.
Qual foi o principal mérito deste primeiro mandato?
É ruim falar de mérito próprio. Eu diria que o da direção do partido como um todo foi construir uma coalizão interna significativa divergindo, mas com responsabilidade.
Existe PT sem o Lula?
Não dá para dissociar a figura do Lula do PT. Mas o PT sabe que é um partido político coletivo e nenhum partido sobrevive da imagem de uma pessoa. O Lula é um líder importantíssimo, diria fundamental para nós, mas ao mesmo tempo ele próprio nunca estimulou o personalismo.
Quem são os principais nomes do partido para a próxima eleição. Como vai ser estruturado o apoio do Lula ao escolhido?
Essa é a pergunta que mais me fazem e que eu menos respondo. Não respondo sobre nomes porque qualquer um que eu citar pode pensar que eu estou querendo colocá-lo na frigideira. E qualquer um que eu não citar, vai achar que estou querendo colocá-lo na geladeira.
Mas existe um consenso de que vai haver esse nome? O PT não vai mesmo abrir mão para outro partido aliado?
Nossa resolução é clara: o PT tem legitimidade, força política e capilaridade para ter um nome. Ao mesmo tempo, temos inteligência suficiente para saber que dizer hoje, de maneira peremptória, que vamos ter um nome, significa afugentar aliados. Queremos discutir com eles, não podemos estar fechados a ouvir o que eles pensam também. Na minha opinião, o PT vai ter um nome, mas queremos discutir principalmente com nossos aliados do campo de esquerda. Estivemos com o PC do B em todas as eleições desde 1989. Com o PSB, só não estivemos juntos em 1998 e 2002.
Por que a reforma política não saiu neste ano? Não faltou esforço do PT?
O PT se esforçou bastante, mas faltou empenho do governo. Em função da sua base ter opiniões diferentes sobre isso, o governo deu um passo atrás. E acho que o papel do nosso governo é apresentar o que seria o projeto que agrade o presidente, mesmo com gente da base que discorde. O ponto fundamental é marcar posição a favor da reforma.
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