Cinco anos após a interdição da Pedreira Paulo Leminski, a expectativa é de que o espaço volte a ser palco de grandes shows e eventos internacionais em breve. As readequações exigidas pelo Ministério Público (MP) para a reabertura do espaço estão "praticamente finalizadas", na avaliação do secretário do Meio Ambiente de Curitiba, Renato Lima. A liberação depende de parecer do juiz da 4.ª Vara da Fazenda Pública, onde tramita a ação civil pública movida pelo MP em nome de moradores do bairro Abranches, que reclamam do barulho e dos transtornos em dias de shows.
"Não existe previsão [de reabertura], agora é hora da checagem. Depende do juiz avaliar se está tudo de acordo", afirma Lima. Segundo o secretário, o próximo passo será convidar os moradores para conhecer as melhorias feitas na Pedreira, o que ainda não tem data para ocorrer. "A partir dessa conversa com os moradores haverá uma conversa com a promotoria."
A Gazeta do Povo esteve na Pedreira na última quinta-feira para ver o que mudou desde o fechamento do espaço, em caráter liminar, em agosto de 2008. As obras tiveram início em novembro do ano passado. Entre as readequações visíveis do lado externo estão a recuperação do portal e o alargamento da via principal de entrada. "Foi tudo feito nas dimensões exigidas pelo Corpo de Bombeiros, com faixa de acessibilidade, placas sinalizadoras luminosas e sistemas novos de cabeamento e iluminação em LED", detalha Hélio Pimentel, diretor da DC Set, vencedora da concessão para administrar o espaço pelos próximos 25 anos.
De acordo com ele, os banheiros foram remodelados e o cabeamento de alta e baixa tensão foi todo trocado. As quatro entradas receberam grades e três escadas de 26 metros de altura foram instaladas na lateral esquerda da pista de shows, levando até o heliporto. Duas delas, com 100 metros quadrados (m²) de base, servirão como rotas de fuga. A terceira, mais estreita, será usada para o acesso de artistas e equipes até o palco.
Reconstrução
O palco, que deveria ser recuperado, segundo o edital, foi reconstruído. "Como ele estava comprometido, fizemos um novo projeto. É o maior palco fixo da América Latina, com 1.260 m² de cobertura e 28 metros lineares de frente. Suporta qualquer tipo de equipamento de som", garante o diretor da DC Set. O lago, que permanece aberto, receberá gradil somente em dias de shows. "Há um laudo específico dos bombeiros para cada evento."
Com um investimento total de R$ 17 milhões, a produtora espera colocar Curitiba novamente na cena nacional, com a promoção de espetáculos em diversos segmentos. "Estamos pensando em uma programação bem eclética, não só com rock, mas com shows de artistas como Roberto Carlos e André Rieu, por exemplo." Nesses últimos casos, cadeiras serão colocadas na pista, para dar mais conforto ao público.
Alvarás para reabertura já foram expedidos
De acordo com a DC Set, as readequações previstas em edital foram todas feitas dentro do prazo, que era 24 de agosto. A empresa afirma, também, que todos os alvarás necessários para a reabertura da Pedreira já foram liberados. "Tivemos vistorias feitas pelas Polícias Militar, Civil, Federal, Secretaria [Municipais] do Meio Ambiente, de Obras e de Trânsito, e Fundação Cultural", relata Hélio Pimentel. Segundo ele, a empresa aguarda as considerações do Ministério Público e está disposta a fazer novas adequações no local, se necessário. "O objetivo da DC Set é atender, de todas as formas, as exigências pactuadas na liminar. O foco central da operação é esse."
O secretário do Meio Ambiente, Renato Lima, confirma a existência dos alvarás. "Verifiquei pessoalmente. Eles têm a documentação necessária da área de segurança, dos Bombeiros e do planejamento de trânsito. Todas as ações estão sendo preparadas de forma que, quando houver o funcionamento, seja da forma acordada, com o menor impacto possível", explica.