Moradores e comerciantes da região da Pracinha do Batel voltaram a protestar contra as obras da prefeitura que irão dividir a praça. Cerca de 30 pessoas, algumas delas uniformizadas com camisetas com os dizeres "Beto, não atropele a nossa praça", participaram de uma mobilização na manhã do último sábado.
Em um protesto diferente dos quais se está acostumado, os manifestantes cobriram o chão da praça com uma imensa lona que reproduzia os dizeres das camisetas e vestiram o busto do Barão do Serro Azul com o uniforme. No lugar de gritos com palavras de ordem uma banda dava tom às reivindicações.
Entre os mais mobilizados estava o dono da banca de revistas Ingomar Heirdorn, que trabalha no local há 38 anos. Segundo ele, as mudanças vão prejudicar o comércio da região. "Vamos perder o espaço de estacionamento", reclama. O comerciante lamenta ainda que a prefeitura nunca tenha atendido seus pedidos de ampliar a banca. "Agora querem colocar um café aqui", diz. Segundo ele, ainda não há uma definição do que aconteceria com a banca após as reformas. "Só sei que daqui eu não saio. Se precisar vou recorrer à Justiça", afirma.
Já para a Lilian Frote, que trabalha na Floricultura da Praça, o impacto não seria tão significativo. Ela acredita que as vendas não seriam prejudicadas e até vê benefícios na mudança. "Acho que seria melhor se mudassem a feira que acontece aqui às terças e sábados. É muita sujeira. Tem gente que até urina no chão", reclama.
Para a moradora Eliane Oliveira, que há 28 anos vive a uma quadra da praça, as mudanças serão negativas. Ela acredita que com o novo modelo haverá muito trânsito e menos segurança na região. "O que a gente vê nesse projeto é uma mudança na visão humanística da cidade, que é tão divulgada. Não se pode programar o trânsito sem levar em conta o ser humano", diz.
