Cerca de 150 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocupam, desde a madrugada de sábado, uma área de preservação ambiental às margens do rio do Valinho, no município de Luiziana, Região Centro-Oeste do estado. De acordo com integrantes do MST, a área, de meio alqueire, foi cedida por um fazendeiro da região para que famílias montassem o acampamento. No entanto, o prefeito de Luiziana, José Cláudio Pol, diz que pessoas que moravam no local já foram transferidas dali porque a área é de preservação ambiental. "Estamos tentando localizar o proprietário para saber o que deverá ser feito", diz Pol.
Mais 300 famílias de sem-terra são esperadas para chegar nos próximos dias no local, afirmou Roberto Silva de Souza, um dos lideres do movimento. "Era para chegar durante a madrugada de domingo para segunda, mas um dos caminhões quebrou". Ele diz que a intenção não é invadir áreas próximas, mas sim esperar uma decisão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Caso nenhuma resposta seja dada, vamos nos reunir com as lideranças para tomar uma decisão mais rigorosa", afirma.
No Oeste do Paraná, o proprietário da fazenda Formiga, Gerson Formighieri, aguarda o cumprimento da reintegração de posse da área, ocupada no último sábado por aproximadamente 200 famílias de integrantes do MST. A liminar de reintegração da área foi concedida no mesmo dia pela Comarca de Medianeira. Os sem-terra, porém, recusaram receber a liminar das mãos dos oficiais de Justiça. Formighieri tem esperança de que a determinação judicial seja cumprida esta semana. A fazenda, que fica entre os municípios de Missal e Ramilândia, está em negociação com o governo federal para fins de reforma agrária. Formighieri disse que a negociação estava praticamente encerrada, incluindo até o número de agricultores beneficiados 206 famílias da região.
A fazenda Formiga, de 1.132 hectares, foi ocupada no sábado, quando grupos de sem-terra de vários acampamentos do Oeste avançaram até a sede. Eles fizeram os funcionários reféns por algumas horas, segundo informações da Polícia Militar e do próprio proprietário. Nenhuma liderança do MST foi encontrada para falar sobre a ocupação da fazenda Formiga.
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