Benno Weigert Doetzer,engenheiro agrônomo, coordenador do Programa de Reciclagem de Lodo de Esgoto na Emater-PR.
Qual a situação do lodo de esgoto no Paraná em face da resolução que será aprovada pelo Conama?
No Paraná, a situação é mais restritiva. Se o estado continuar utilizando a regulamentação do IAP estará à frente do Conama. Não utilizamos na região de Piraquara, por ser uma área de manancial, nem no norte, Almirante Tamandaré e Colombo. Não utilizamos em olerículas (hortaliças) e produtos de contato direto com o solo.
Quanto do lodo é transformado em adubo?
Na Região Metropolitana de Curitiba, tudo que é produzido está sendo reciclado. A não ser que tenhamos algum lote fora de padrão. Na região de Curitiba são produzidas em torno de 2,5 mil a 3 mil toneladas por mês.
Qual a qualidade do lodo tratado pela Sanepar?
Ele tem parâmetros similares ao lodo classe A. O problema é a classificação técnica de tais características. O processo tem dois ou mais fatores de redução de patógenos. O uso de cal trabalha com um fator, que é o aumento de PH. Há seis anos, a metodologia tem se mostrado eficiente na redução de patógenos. De lá para cá, nunca tivemos um caso de lote que estivesse fora do padrão classe A.
O que causa o mau cheiro, que incomoda os agricultores?
Em princípio, o lodo não pode ter cheiro repulsivo. O odor característico é de amônia. O odor aparece quando o lodo não está estabilizado, as bactérias começam a trabalhar de volta.