A volta da Rede Integrada de Transportes (RIT) já começou a ser redesenhada pela prefeitura de Curitiba e pelo governo do estado, que anunciaram nesta segunda-feira (16) o retorno da linha de ônibus Colombo-CIC para a próxima segunda-feira (23). O governador Beto Richa (PSDB) - que comunicou a volta da integração e do subsídio ao transporte público da capital um dia após a vitória do o aliado Rafael Greca (PMN) na disputa pela prefeitura da capital - disse ainda que a possibilidade de a RIT ter novamente um único cartão é “concreta”.
Além disso, as duas administrações estudam a possibilidade de criar uma agência única capaz de regular o transporte de Curitiba e da Região Metropolitana (RMC).
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Leia a matéria completaO anúncio das mudanças foi feito pelo governador e pelo prefeito durante coletiva de imprensa na prefeitura.
Com isso, a partir da próxima segunda, a linha Colombo-CIC volta a funcionar substituindo as linhas CIC-Cabral e Maracanã-Cabral. A operação funcionará nos dias úteis e aos sábados. Aos domingos, os passageiros de Curitiba continuarão sendo atendidos pela linha Cabral-CIC.
Prefeito e governador acrescentaram que todas as linhas do transporte integrado que foram enxugadas devem ter a operação retomada entre junho e julho.
“A minha ideia é recompor todo o sistema até junho. O governador é parceiro. Vamos avançar até ter uma Agência Reguladora do Transporte. Daí desaparecem a Urbs e a Comec, e fica essa agência”, disse Greca.
Para realizar esse estudo, Urbs e Comec assinaram um termo de cooperação técnica que tem validade de seis meses. A expectativa, de acordo com dados da prefeitura, é que a linha Colombo-CIC beneficie cerca de 30 mil passageiros da capital e RMC. Ao todo, a linha percorre 26 quilômetros.
As linhas a serem retomadas em seguida devem ser, segundo Greca, Araucária-Capão Raso tendo como um dos pontos o terminal da CIC, e, depois, a de Almirante-Fazendinha também passando pela capital. Mais para frente, a prefeitura e o governo estudam a operação da linha Almirante-São José dos Pinhais.
Apesar de dizer que todo o sistema deverá ser refeito, o prefeito não mencionou nominalmente outras linhas de ligeirinho que também foram encurtadas como a Campo Largo/Curitiba e Barreirinha/São José. “Vamos aos poucos. Um pouco de cada vez, no fim teremos refeito tudo”, resumiu Greca.
O valor das tarifas não muda.
Cartão único
O prefeito Rafael Greca também afirmou que vê como ideal a reunificação na forma de pagamento pelo transporte. “Já tivemos isso no passado e teremos e vamos fazer de novo”.
O governador Beto Richa ponderou que isso depende ainda dos estudos que serão realizados pela Urbs, que gerencia o transporte coletivo na capital, e pela Comec, mas adiantou que a possibilidade de a RIT voltar a ter um único cartão é “concreta”.
A Associação Metrocard investiu R$ 15 milhões para implantar o novo sistema de bilhetagem nas linhas metropolitanas – R$ 9 milhões apenas nas linhas integradas da RIT. Esse investimento foi realizado pelos próprios operadores do sistema. Eles sustentam que os valores não incidirão na tarifa e também não precisarão ser reembolsados pelo poder público. Já Curitiba tem um sistema com equipamentos próprios, adquiridos durante a gestão Luciano Ducci. No ano passado, o prefeito Gustavo Fruet chegou a anunciar que faria uma licitação para a troca desses equipamentos, mas o processo acabou não sendo concluído durante o seu mandato.
Segundo Beto Richa, a volta com a integração do transporte metropolitano está ocorrendo a pedido de Greca depois de o antigo prefeito, Gustavo Fruet, ter “pedido” a desintegração por meio de um ofício.
“Vale lembrar que ele foi desintegrado a pedido da gestão anterior, que também prometeu baixar a tarifa de Curitiba, algo que também não aconteceu. Demos R$ 170 milhões em subsídios para a gestão anterior, mais 50 milhões em desoneração do ICMS do óleo diesel, algo que as gestões passadas nunca contaram”, afirmou.
Richa prometeu que o subsídio atual pago às linhas metropolitanas, algo em torno de $ 6 milhões, voltará a ir para a Urbs. Ele também ressaltou que o estado nunca deixou de subsidiar o sistema. Ainda conforme o governador, na época em que ocorreu a desintegração financeira da RIT, a proposta do governo do estado era reduzir o subsídio então pago, de R$ 7 milhões mensais para menos de R$ 3 milhões.
Questionado sobre o porquê do valor atualmente desembolsado ser de R$ 6 milhões, quase o mesmo que a gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet pedia, Richa saiu pela tangente.
“Hoje é R$ 6 milhões. Mas já foi R$ 7 milhões. O importante é que a única gestão que deu subsídio foi a nossa. E foram R$ 170 milhões para a antiga gestão”.
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Leia a matéria completaRede desintegrada
No começo de 2015, a gestão da RIT foi desintegrada após a prefeitura de Curitiba - então sob o comando de Gustavo Fruet (PDT) - e o governo Richa não se entenderem sobre o valor do subsídio estadual para equilibrar as contas do sistema metropolitano, que tem linhas mais longas e deficitárias. Sem acordo, 106 das 356 linhas da rede passaram a ser gerenciadas pela Comec, vinculada ao executivo estadual.
Já o subsídio anual de R$ 64 milhões que o governo alocava no transporte coletivo da capital foi cortado no primeiro trimestre de 2013. À época, Richa afirmou que o sistema municipal de ônibus é uma responsabilidade dos prefeitos, que não poderia ser terceirizada para o estado. Segundo ele, a ajuda ao prefeito anterior e seu aliado, Luciano Ducci (PSB), era momentânea e não poderia ser assumida pelo estado de forma permanente.
Beto Richa sempre afirmou que a desintegração do sistema de transporte foi uma decisão unilateral, pedido da prefeitura municipal. Por sua vez, a gestão de Fruet sempre negou a informação.
Para a administração do pedetista - em respostas anteriores repassadas à imprensa -sempre afirmou que foi governo do estado que cortou o subsídio para o transporte metropolitano e decidiu não renovar o convênio que autorizava a Urbs a gerenciar o sistema, o que levou à desintegração financeira desse sistema.
Em nota encaminhada após o anúncio da volta da integração, Gustavo Fruet se manifestou e disse que a postura “só confirma o critério político-eleitoral adotado pelo governador com o fim do subsídio ao transporte da Capital durante nossa gestão”. O texto ressalta que o benefício é bem vindo, mas que a promessa feita por Greca já encontra percalços.
“Porém, importante lembrar que a promessa de campanha da atual gestão era ampliar a integração logo no início, inclusive com as mesmas tarifas em Curitiba e RMC”.
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