Após a revelação de que a Unesp (Universidade Estadual Paulista) paga salários acima do permitido em lei a 1.148 servidores, o reitor Julio Cezar Durigan disse em entrevista à Folha de S.Paulo que a instituição vem resistindo à divulgação dos salários “por medida de segurança.” Ele comparou a transparência das informações a um risco de sequestro ou roubo aos profissionais.
“Foi estratégico. É como não falar para o ladrão, para o sequestrador, quanto o vizinho dele ganha”, afirmou, numa referência aos recursos da universidade à ação da Folha de S.Paulo que cobra a divulgação de nome, cargo e salário de cada um dos servidores.
Os servidores públicos estaduais, como determina a Constituição, não podem ganhar mais do que o governador. Geraldo Alckmin (PSDB) recebe R$ 21.631,05 brutos.
Entre professores e técnicos-administrativos que recebem os “supersalários” na Unesp, 624 estão na ativa, e o restante, 524, aposentados. O total de servidores nessas condições foi divulgado neste sábado (22) pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
A Unesp, porém, não mostra a lista dos servidores com seus respectivos cargos e salários. Segundo Durigan, a maior parte dos profissionais que têm remuneração acima do teto “ganha entre R$ 22 mil e R$ 30 mil”, diz ele. “Salários superiores a R$ 40 mil são de uma meia dúzia.”
“São professores com muito tempo de carreira que acumularam gratificações e cargos de chefia. Eu mesmo ganho R$ 4.000 de bonificação para ser reitor. Você não acha pouco?”, indagou.
O reitor teme que o corte nos salários determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a quem receba mais do que o teto constitucional possa criar um desestímulo à carreira acadêmica. “Eles [professores] não são ‘marajás’. São profissionais com uma vida inteira dedicada à docência que, agora, partirão em debandada para a iniciativa privada”, prevê.
Ação judicial
Assim como fizera contra USP e Unicamp, sobre as quais obteve decisões favoráveis na Justiça, a Folha de S.Paulo também moveu ação para que a Unesp divulgue a relação completa dos salários de seus servidores.
As três universidades sempre se recusaram a divulgar tais dados. Unicamp e USP somente o fizeram após derrotas para a Folha de S.Paulo na Justiça.
A Unesp, também derrotada, recorreu da decisão e ainda não forneceu os dados completos -nomes, cargos e salários- de 10,9 mil servidores ativos e outros 5.641 inativos.
A universidade, segundo o reitor, prepara para a próxima semana uma forma de divulgar a lista de salários.
Unicamp
Ação judicial movida pela Folha de S.Paulo trouxe à tona a lista de servidores da Unicamp, entre professores e técnicos-administrativos tanto na ativa como os já aposentados, com salários acima do teto.
Os dados, divulgados no início deste mês, mostram que 1.020 servidores da instituição têm remuneração bruta maior do que o teto do funcionalismo do Estado.
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