O reitor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Paulo Sergio Wolff, propôs a criação de 114 novos cargos com funções gratificadas nos cinco campi da universidade. As funções são consideradas cargos de confiança e, se aprovadas, não será necessário concurso público para preenchê-las. O próprio reitor poderá nomear os servidores. O impacto financeiro na folha de pagamento da universidade será de R$ 3,1 milhões já que a reitoria está propondo também a reestruturação de funções para eliminar diferenças entre valores e simbologias de antigos cargos comissionados.
A proposta está sendo vista como “eleitoreira” por alguns membros do Conselho Universitário (COU) já que na reunião do colegiado que acontece nesta quinta-feira (6) também será convocada a eleição para a reitoria e Wolff é candidato à reeleição.
O parecer técnico nº 107 da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) mostra que entre os cargos criados existe a função de “assistente de colegiado” para todos dos 57 cursos de graduação. O mesmo parecer técnico diz que o impacto financeiro anual dos 57 cursos será R$ 1.035.043,57.
O conselheiro Laerson Matias, que ocupa uma cadeira no COU representando a classe dos trabalhadores, estranha a criação dos cargos. “Chama a atenção esse valor numa época de austeridade, de encurtamento de receita”, diz. Para ele, há um contrassenso da universidade que se nega a chamar servidores de um concurso público realizado em 2012 por falta de recursos. “Enquanto isso ele propõe um verdadeiro trem da alegria. No dia em que convoca a eleição, propõe criar 114 novas funções gratificadas para apadrinhar pessoas”, avalia.
Wolff afirma que está apenas se antecipando às necessidades que surgirão futuramente. Segundo ele, as vagas são necessárias já que nos últimos anos foram criados novos cursos e em breve haverá novas alas no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), como a de queimados que está em construção.
O reitor diz que a aprovação das novas funções pelo Conselho Universitário não significa que estarão automaticamente criadas. Elas precisam ser submetidas a pareceres de várias secretarias de Estado e posteriormente aprovada pela Assembleia Legislativa. Para Wolf, o caso está sendo usado politicamente em função das eleições para a reitoria. “É provável que a oposição peça a retirada da pauta para ser votada só no ano que vem”, declara.