Brasília (AE) O deputado Edmar Moreira (PFL-MG) recomendou ontem ao Conselho de Ética a absolvição do deputado José Mentor (PT-SP). Moreira, que é relator do processo de cassação de Mentor no Conselho de Ética, afirmou que "inexistem provas de que o deputado petista tenha quebrado o decoro parlamentar ou auferido vantagens indevidas em razão da atividade parlamentar".
Mentor foi acusado pela CPI dos Correios de receber R$ 120 mil das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza.
O parecer de Moreira surpreendeu os integrantes do Conselho de Ética. Para evitar que a votação ocorresse, e que vencesse o voto pela absolvição de Mentor, os deputados Júlio Delgado (PSB- MG) e Moroni Torgan (PFL-MG) pediram vistas do relatório. O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), marcou a próxima sessão para quinta-feira que vem, quando então será votado o relatório de Moreira. A intenção dos parlamentares que pediram vistas é fazer um outro relatório, este recomendando a cassação.
A mudança de atitude de Edmar Moreira ao longo de dois meses ficou evidente. Durante o interrogatório de Mentor, nos dias 17 de janeiro e 2 de fevereiro, ele prensou o colega na parede, disse que vasculharia os dois recibos que o petista tem e que apresentou como prova de que os R$ 120 mil recebidos de um sócio de Marcos Valério foram dados em pagamentos de consultas jurídicas feitas por seu escritório de advocacia. Mentor sustentou essa versão até o fim. Chegou a apresentar um laudo do perito Ricardo Molina, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), segundo o qual as notas fiscais não são frias.
Moreira justificou sua mudança de posição. Disse que não é justiceiro. "O justiceiro faz justiça com as próprias mãos; eu não." Afirmou ainda que para propor a absolvição de alguém é preciso coragem. Depois, enumerou os motivos que o levaram a acreditar na inocência do deputado José Mentor. Para Edmar Moreira, Mentor apresentou provas de que efetivamente fez o trabalho encomendado pela 2S Participações, empresa de Marcos Valério, mostrou que os estudos existiram, pagou os impostos e nunca negou que conheceu o empresário acusado de ser o operador do suposto mensalão. Para Edmar Moreira, não há provas de que Mentor tenha recebido, direta ou indiretamente, recursos oriundos do que se convencionou chamar de valerioduto.
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