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De forma sumária, o relator Epitácio Cafeteira (PTB-MA) pediu o arquivamento do processo no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por "absoluta ausência de provas ou indícios" de quebra de decoro parlamentar. Sua investigação durou dois dias. Ele não ouviu nenhuma testemunha. A votação do parecer está marcada para amanhã.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pretende apresentar, com o apoio do PSDB, um relatório alternativo para garantir que o conselho tome depoimentos e faça perícia nos documentos apresentados pela defesa antes de chegar a uma conclusão. O relatório de Cafeteira baseou-se nos documentos apresentados pela defesa e no depoimento do lobista Cláudio Gontijo à Corregedoria. Renan é suspeito de ter despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. Ele entregava R$ 12 mil mensais à jornalista Mônica Veloso, com quem o senador teve uma filha há três anos. O presidente do Senado afirma que o dinheiro era seu e que o "amigo" fazia os pagamentos para manter a relação extraconjugal em sigilo.

Apesar de os integrantes do conselho quererem absolver Renan, grande parte da sessão, que durou cerca de quatro horas, foi gasta pela oposição tentando contornar o rito sumário adotado pelo relator. O objetivo do PT e do PMDB era tentar dar embasamento ao pedido de arquivamento do processo. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), chegou a propor que o conselho ouvisse amanhã o advogado da jornalista, Pedro Calmon, e o lobista, mantendo a votação do parecer para amanhã. O PSol, autor da representação contra Renan, não concordou com essa saída. "Se não há disposição de alterar o relatório, então é inócuo ouvir as testemunhas", disse o senador José Nery (PSol-PA).

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