Foram mais de 150 contas, entre parlamentares, influenciadores e jornalistas, suspensas ou removidas. O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral transformaram uma medida extrema em prática regular. O que escandalizava apenas parte da imprensa, agora é denunciado por um relatório da Câmara dos Estados Unidos.
O relatório tem o Twitter Files Brasil como pano de fundo. Trata-se de uma série de e-mails em que funcionários do atual "X" conversavam a respeito da ordens judiciais brasileiras. Muitas delas determinando a retirada de postagens e perfis do ar, entre 2020 e 2022.
Agora, o comitê do Congresso americano revela a pressão que o Judiciário brasileiro exerceu sobre o Twitter, bem como a outras redes sociais. O resultado foi a censura de conteúdos, muitas sem explicação. Normalmente os alvos eram críticos do atual governo ou da Suprema Corte, personalizada na figura do ministro Alexandre de Moraes.
Entre os censurados, estão políticos como Jair Bolsonaro, Marcel Van Hattem, Cristiane Brasil, jornalistas e comentaristas como Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino e Flavio Gordon, e até o cantor gospel Davi Sacer. Também foi divulgada a intenção de censurar ainda 300 outras contas, entre parlamentares, jornalistas, membros do Judiciário e figuras públicas.
O relatório americano avalia que as ordens de censura de Alexandre de Moraes trazem "dúvidas a respeito do devido processo legal e da própria liberdade de expressão". Posição que, por aqui, ainda corre o risco de ser censurada.
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