Brasília Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta discrepâncias na movimentação financeira do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A análise está em poder do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. O relatório do Coaf não deixa claro o grau de importância das divergências encontradas na movimentação financeira do senador. As informações estão sendo confrontadas com outros dados obtidos pela Procuradoria-Geral.
Para ampliar a investigação, o procurador pediu à Polícia Federal (PF) cópia do laudo que o Instituto Nacional de Criminalística (INC) está fazendo de papéis apresentados por Renan ao Conselho de Ética do Senado como parte de sua defesa entre outras denúncias, ele é acusado de ter contas pagas por um lobista. O primeiro laudo da PF apontou inconsistências nos documentos dele e a tendência do novo laudo é reafirmar essas falhas.
O empresário João Lyra anunciou ontem que se dispõe a contar detalhes ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), sobre a sociedade secreta que manteve com Renan na JR Rádio Difusora de Alagoas. Lyra não quis falar no Senado. Tuma irá a Maceió ouvir seu depoimento.
Em discurso no plenário, Renan negou a sociedade com Lyra. Ele também tentou desfazer o mal-estar com os rumores de que estaria tentando intimidar colegas, como os líderes do PDT, Jefferson Peres (AM), e do DEM, José Agripino (RN).
No Conselho de Ética, a intenção dos relatores do processo contra Renan Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE) é de convidá-lo para depor já na próxima semana. Renan deverá ser notificado tão logo os relatores recebam o resultado da perícia da PF. A segunda representação contra Renan, sobre sua suposta participação em negócio do irmão, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), com a cervejaria Schincariol será relatada pelo senador Almeida Lima (PMDB-SE), aliado de Renan.