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Represália Exército invade favela na zona norte do Rio

Homens do Exército realizaram uma operação ontem na favela do Muquiço, em Guadalupe (zona norte do Rio), para tentar localizar os responsáveis por invadir, no mês passado, um conjunto residencial ocupado por militares, na mesma região.Nenhum suspeito, no entanto, foi localizado.

A ação contou com cerca de 350 militares e mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Militar. Segundo o Comando Militar do Leste, uma moto e cinco carros roubados foram apreendidos durante os trabalhos. O ataque ao Conjunto Habitacional Getúlio Vargas ocorreu no início de abril. Na ocasião, os criminosos invadiram o local e dispararam tiros contra a residência do terceiro sargento do Exército Derquis Martins de Aguiar. Ele não ficou ferido.

São Paulo – Há poucos dias de completar 1 ano dos ataques criminosos contra as forças policiais do estado de São Paulo, a Anistia Internacional divulgou ontem um relatório no qual destaca os poucos avanços na segurança pública do Brasil. Os principais problemas apontados são a expansão do crime organizado paulista e o aumento das milícias no Rio de Janeiro. Em março deste ano uma prévia do relatório do Brasil foi lançada em Londres.

No relatório, chamado de "Brasil: Entre o ônibus em chamas e o caveirão: em busca da segurança cidadã", a Anistia ressalta que as duas maiores cidades do país chegaram a um impasse trágico, afirmando que as quadrilhas de criminosos, sendo de facções, grupos de extermínio e milícias, preencheram o vazio do Estado.

De acordo com a Anistia, o ápice da violência no Brasil, após o último relatório do organismo internacional em 2005, foram os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo em maio, junho e agosto de 2006; e a noite de violência promovida por criminosos às vésperas do Réveillon passado no Rio, quando 19 pessoas morreram, incluindo sete queimadas vivas em um ônibus.

Milícias

A Anistia classificou a onda de violência no Rio como represália à atuação das milícias (grupos compostos de policiais, ex-policiais e bombeiros) em ao menos 92 das cerca de 500 favelas da cidade. Em tese, os grupos surgiram para proteger as comunidades da ação dos traficantes, no entanto, tornaram-se tão violentos quanto os criminosos, além de cometerem extorsões contra os moradores.

O organismo internacional conclui o relatório com quatro pontos, chamados de preocupações centrais: polícia mal treinada, sem recursos e com pouca capacidade trabalho de inteligência; Estado negligente com relação aos bairros mais pobres, com moradores à mercê de criminosos e policiais; falta de uma política de segurança pública focada nas causas da violência e na exclusão social; e um sistema penitenciário em que a superlotação, os maus-tratos contra detentos, a corrupção e o crime organizado estão enraizados.

O uso do caveirão, veículo blindado da Polícia Militar do Rio, usado em incursões a favelas, é condenado pela Anistia em seu relatório. Para o organismo, os policiais têm direito a todo equipamento necessário para garantirem a segurança, porém, aponta que o uso do caveirão tem sido ligado ao policiamento indiscriminado e repressivo.

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