Um relatório que apura a suspeita de que prédios públicos do Paraná estariam despejando irregularmente esgoto em galerias pluviais deve ficar pronto até dezembro. O levantamento está sendo realizado pelo deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB), que preside a Comissão do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Paraná. A suspeita é que a maioria dos prédios com mais de 10 anos apresenta irregularidades nas saídas sanitárias.
As informações devem ser repassadas pela Sanepar ao deputado sobre a situação do esgoto nos órgãos públicos. O levantamento atinge prédios do poder municipal, estadual e federal nos 399 municípios paranaenses. O deputado conta que só de escolas municipais são mais de duas mil. "É um levantamento muito criterioso, para podermos cobrar que os problemas sejam solucionados", afirma Cheida.
O relatório apura, ainda, o despejo de produtos químicos nas galerias. Os resíduos seriam provenientes de laboratórios, autarquias funerárias e até dos Institutos Médicos Legais. Os produtos usados na dissecação de cadáveres estariam indo parar dentro de córregos.
A questão do esgoto clandestino vem sendo apurado desde 2007 quando o deputado descobriu que o esgoto da própria Assembléia Legislativa era despejado diretamente no Rio Belém, que corta a região central de Curitiba. A casa, então, deu início a obras para solucionar o problema.
De acordo com Francisco Ricardo Neto, coordenador técnico da Assembléia, o trabalho foi concluído ainda no mês de março do ano passado. "Agora que nosso teto não é mais de vidro, podemos cobrar providencias das outras instituições que estiverem irregulares", disse Cheida.