Brasília (Folhapress e AE) Num relatório arrasador, o deputado Cézar Schirmer (PMDB-RS) recomendou ontem ao Conselho de Ética a cassação do mandato do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) por quebra do decoro parlamentar. Schirmer concluiu que João Paulo não só recebeu R$ 50 mil de "origem espúria" do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, mas que confundiu o privado com o público, fez intermediações indevidas e que buscou tirar proveito próprio pelo fato de ser presidente da Câmara. Enfim, que feriu a ética e o decoro.
Nervoso e lívido depois de ouvir por duas horas e meia os argumentos jurídicos, morais e éticos relacionados no relatório de Schirmer, que apontou dezenas de contradições na sua defesa, João Paulo recuou de sua decisão de fazer com que o processo andasse o mais rápido possível. Interrompeu o presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), quando o debate sobre o relatório começava, e autorizou a fiel escudeira petista Ângela Guadagnin (PT-SP) a pedir vistas do seu processo de cassação. "Eu pedi à deputada Ângela, ao deputado Orlando Fantazzinni (PSol-SP), mas é um só um pedido. Não é uma ordem. A senhora faça como quiser". Rapidamente, Ângela emendou: "Bom, liberada pelo deputado João Paulo, eu peço vistas".
Alguns parlamentares protestaram contra a interferência de João Paulo Cunha, considerando-a uma manobra para ganhar tempo. "Não é comum essa interferência do representado. Uma hora ele diz para não pedir, e agora diz peça?", protestou o deputado Edmar Moreira (PL-MG). "Desde o começo sabíamos que não haveria pedido de vista. O deputado João Paulo conversou com os membros do Conselho e pediu pressa. Depois que viu o relatório completo, voltou atrás. Ninguém esperava tanto ", disse o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP). Com isso, o processo de julgamento de João Paulo pelo Conselho de Ética só recomeçará amanhã, às 9h30. Há um sentimento no Conselho de que o relatório de Schirmer será aprovado.
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