Maringá A empresa Terminais Aéreos de Maringá SBMG, que administra o aeroporto regional da cidade, também foi responsabilizada pela Comissão de Transportes da Assembléia Legislativa do Paraná pelos problemas registrados nas últimas semanas no aeroporto. Os deputados concluíram ontem o relatório sobre a crise aérea no município.
Os problemas no aeroporto começaram por causa de divergências entre a Nordeste Linhas Aéreas, responsável pelo serviço de balizamento no aeroporto, e a Trip Linhas Aéreas. A Nordeste chegou a suspender alguns serviços à Trip, por causa de uma dívida de R$ 450 mil por serviços prestados e não pagos. O caso está na Justiça.
Na semana passada, os deputados já haviam encaminhado um pré-relatório da situação ao Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II). O documento, porém, não apontava a responsabilidade da SBMG. Cópias dos documentos serão enviadas hoje para as autoridades aeronáuticas nacionais, para o Ministério Público Federal e também para o Estadual, pedindo aprofundamento nas investigações e punições aos responsáveis pelo "apagão" no aeroporto.
Episódios
Problemas como o desligamento do balizamento (as luzes da pista) e a falta de comunicação por rádio teriam ocorrido quatro vezes em Maringá desde o ano passado. O episódio mais recente foi no último dia 9, quando um avião da Trip com 35 passageiros arremeteu em operação de pouso porque havia um segundo avião também em procedimento de pouso.
Outro caso grave ocorreu no dia 12 de setembro, quando o balizamento estava desligado no período de um pouso da Trip. O relatório final dos deputados caracteriza a Nordeste como negligente porque não conseguiu justificar a ausência dos funcionários na torre neste dia.
O presidente da comissão da assembléia, deputado Marcelo Rangel (PPS), incluiu no relatório final um pedido para que a Câmara de Vereadores de Maringá avalie as relações de trabalho entre a Nordeste Linhas Aéreas e a SBMG, o que ele classificou como "contrato obscuro", já que não haveria nada oficial.
Para o superintendente do aeroporto, Marcos Valêncio, é um equívoco responsabilizar também sua administração. "Eu venho acompanhando o problema e já tomei medidas", justificou. Entre as iniciativas está um pedido para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), feito em julho, para que o aeroporto assumisse os serviços no lugar da Nordeste, já que todo o equipamento na torre de comando pertence ao aeroporto. A intenção é implantar uma torre de controle com um controlador de vôo.
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