A CPI da Urbs concluiu ontem o relatório final da comissão durante a última reunião de seus membros. Os dados sobre o transporte coletivo de Curitiba serão divulgados na íntegra em documento de mais de 180 páginas na próxima quinta-feira. O relator Bruno Pessuti (PSC) adianta que foram encontrados pelo menos 14 itens que poderiam ser retirados ou alterados na planilha de custos das empresas do transporte coletivo. Somente eles oneram em 12% o preço da tarifa técnica o que equivale a R$ 0,32 dos R$ 2,70 cobrados hoje do usuário.
Os vereadores também encontraram irregularidades e erros no edital de licitação, como a alteração do termo "preço mínimo" para "preço médio", da primeira para a segunda versão do edital, que foi aprovado sem aval jurídico da Urbs. Falhas na arrecadação de impostos das empresas também fizeram com que elas deixassem de recolher milhões de reais aos cofres públicos entre 2008 e 2010.
O relatório será encaminhado ao Ministério Público, à Receita Federal e ao Conselho de Administração da Defesa Econômica, que podem iniciar uma investigação baseados nos dados da CPI. "A CPI é opinativa, nós sugerimos e outros órgãos têm que levar adiante", diz Pessuti. O Cade já recebeu, no mês passado, outros documentos relatando irregularidades do sistema.
No relatório, também são propostas sugestões de melhorias e de contenção de custos. O relator cita como exemplo a elaboração do bilhete único, que custaria cerca de R$ 120 por mês para até 10 viagens por dia. E o uso das laterais dos ônibus para publicidade, direcionando a verba arrecadada para custeio do sistema. Colocando anúncios em apenas metade da frota da capital, a economia poderia ser de R$ 0,08 em cada passagem, segundo o vereador.
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