A partir da zero hora deste domingo (20), os relógios dos moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem ser adiantados em uma hora. Neste momento, começará oficialmente o horário de verão brasileiro, que seguirá até o dia 16 de fevereiro de 2014. A condição vai durar 119 dias e deve propiciar uma economia de energia que representa pelo menos R$ 5 bilhões - somando investimentos que deixarão de ser feitos por causa do horário de verão.
Esse é o 38º ano em que o horário de verão é utilizado no Brasil. No total, 11 estados terão os relógios adiantados: Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
A lógica da economia é simples. Como o Sol ilumina a cidade por mais tempo, as pessoas tendem a usar menos a energia artificial quando voltam para casa, por volta das 18 horas, horário em que a indústria e o comércio continuam trabalhando. Quando o Sol se põe e as pessoas começam a ligar as luzes, o setor industrial já diminuiu sua demanda. O resultado é o fim da "coincidência" de uso de energia.
Para muitas pessoas, no entanto, o que não é simples é a adaptação ao novo horário. Por mais que muita gente goste da maior presença do Sol durante o dia, para muitos, a adaptação leva vários dias.
A tese de doutorado do professor Manoel Carlos Toth Quintilham, do departamento de biologia celular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), analisou cerca de 400 estudantes ao longo de quatro anos e comprovou isso. Ele concluiu que, em vez de reduzirem o tempo de sono, os alunos começaram a se atrasar mais para dormir o mesmo que dormiam no horário normal.
A recomendação do pesquisador, que também admite ter problemas para se adaptar à mudança no relógio, é teoricamente simples: tentar manter as horas de sono. "O relógio biológico é controlado pela luz que bate na retina, o estímulo mais forte que temos para determinar se acordamos ou se vamos dormir. Se precisamos acordar mais cedo, o ideal é dormirmos mais cedo", aconselha.
Economia
Conforme estimativa do governo federal, a medida vai propiciar uma economia de R$ 4,6 bilhões em investimentos que deixarão de ser feitos em geração e transmissão de energia. Outros R$ 400 milhões devem ser poupados pelo período em que o país vai ficar sem o acionamento de usinas térmicas.
No Paraná, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) deve evitar o acionamento das usinas térmicas, fazendo com que haja uma redução de até 5% nos níveis máximos de demanda por energia elétrica no horário de pico. Isso equivale ao consumo de uma cidade com o tamanho de Ponta Grossa, por exemplo.
Histórico
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932 pelo então presidente Getúlio Vargas. A medida é adotada sempre nesta época do ano, quando os dias são mais longos por causa da posição da Terra em relação ao Sol. No fim do ano, há também um aumento na demanda por energia, resultante do calor e do crescimento da produção industrial devido ao Natal.