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Um novo aliado no tratamento do Alzheimer parece ter sido encontrado. Os problemas de memória característicos da doença foram totalmente controlados, em um estudo com ratos, com a administração de medicamentos já conhecidos na prática clínica. A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.

Os cientistas, liderados por David Brough, da Universidade de Manchester, conseguiram os resultados positivos ao utilizarem ácido mefenâmico, um anti-inflamatório não-esteroide, no tratamento terapêutico. O medicamento custa menos de R$ 20 no Brasil e só pode ser comprado com receita. Ele costuma ser prescrito para casos de artrite reumatoide e dores menstruais.

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Os possíveis efeitos colaterais ao remédio incluem: infarto do miocárdio, derrame, hipertensão, reações cutâneas graves, insuficiência renal, choque anafilático e problemas psiquiátricos, respiratórios, auditivos, oculares, de fertilidade e gastrointestinais.

O alvo do tratamento era a inflassoma NLRP3, um complexo proteico (várias proteínas juntas com múltiplas funções) ativo durante quadros inflamatórios. Esse amontoado de proteínas tem um papel central no desenvolvimento da inflamação e para os defeitos de memória encontrados em ratos com Alzheimer. Atualmente não são conhecidos inibidores eficientes da NLRP3.

Os ratinhos começaram a ser tratados em idades em que já apresentavam déficit de memória. Após 28 dias recebendo ácido mefenâmico, todos os problemas relacionados a esquecimento haviam sido completamente controlados.

Os anti-inflamatórios em questão, segundo o estudo, são candidatos atraentes para uma abordagem polivalente no tratamento de doenças inflamatórias. Isso porque, quando administrados, seus alvos são múltiplos, tornando-o mais ativo mesmo com doses menores.

Segundo o estudo, há chance real de a medicação utilizada ser uma terapia inovadora para doenças relacionadas a inflamações.

Os resultados animadores, porém, não podem ser estendidos para casos humanos. Há evidências robustas em ratos da ligação entre a NLRP3 e as doenças inflamatórias, mas o mesmo não ocorre para pessoas. Por causa disso, os especialistas afirmam que há necessidade de mais estudos para uma avaliação segura.

Os pesquisadores acreditam que o sucesso da experiência em ratos pode acelerar testes de eficácia clínica em humanos. Além disso, a medicação utilizada no experimento não é uma novidade. Ela é conhecida e rotineiramente utilizada na prática clínica e, desse modo, poderia rapidamente ser redirecionada para outras condições de saúde.

Contudo, os cientistas alertam que o ácido fenâmico produz efeitos colaterais e, portanto, não deve ser tomado para o combate ao Alzheimer.

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