Combinações

– Antibióticos para tratamento de infecções (Fluorquinolonas) com antiácidos – Essa combinação ocasiona uma diminuição na absorção da fluorquinolona, pois ela sofre uma "neutralização" com o antiácido;

– Evite beber qualquer tipo de chá quando está tomando medicamentos, mesmo que sejam os mais simples comprimidos;

– Gingko Biloba com o ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina) ou qualquer anticoagulante – Os dois juntos podem causar sangramentos. Há registro de caso de derrame;

– Erva de São João, ou hipérico, com anticoncepcionais – Combinação que causa sangramentos ou ainda falha na contraconcepção;

– Erva de São João com antidepressivo – O hipérico pode diminuir o efeito da droga sintetizada;

– Castanha-da-índia pode modificar o metabolismo de anticoagulantes no organismo.

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São Paulo – Mude a forma de encarar os medicamentos naturais, pois eles podem representar perigo à saúde quando usados sem prescrição, sozinhos ou combinados com os alopáticos. Apesar da falta de estudos – e esse é o maior problema, há registros de casos que uma simples combinação pode ser desastrosa. E tanto os fitoterápicos quanto os medicamentos sintetizados, apontados em combinações nada inofensivas, podem ser adquiridos em qualquer farmácia, sem receita.

É o caso do Gingko Biloba com o ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina) ou qualquer anticoagulante que pode, dependendo da dosagem e freqüência de uso dos dois medicamentos, causar sangramentos. Outra união indesejada é a Erva de São João, ou hipérico, com anticoncepcionais, que além de sangramentos, pode provocar falha na contraconcepção. Com antidepressivo, o hipérico pode diminuir o efeito da droga sintetizada. Outro caso? A castanha da índia pode modificar o metabolismo de anticoagulantes no organismo.

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Para agravar o quadro, além da facilidade de acesso a esses medicamentos, não parece haver argumentos contra uma prática muito comum no país: a automedicação. É fácil ouvir de parentes, amigos e até estranhos os benefícios e milagres de um remédio, com a mesma credibilidade de um especialista. "Todo e qualquer medicamento, natural ou não, deve ser utilizado apenas após a indicação de um médico. Apesar de ter origem em plantas, os fitoterápicos têm química", diz Flávio Dantas, médico clínico geral, especialista em Homeopatia e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Longo prazo

No entanto, Dantas ressalta que os fitoterápicos têm vantagens. Comparados aos sintetizados, eles são mais seguros, por ser a dose menor do princípio ativo. "Em excesso, o organismo pode ser intoxicado, causando os efeitos danosos", completa a professora Nilsa Sumie Yamashita, do Conselho Regional de Farmácia. Ela lembra também que, como o efeito dos fitoterápicos é em longo prazo, as pessoas tendem a acreditar que não faz mal. "O grande problema é convencer a população que o fitoterápico é um medicamento que tem efeito sobre o organismo. Sempre ouço as histórias de automedicação e fico apavorada."