Ministério Público e Polícia Militar tentam chegar a um consenso sobre como os policiais devem proceder no atendimento a feridos civis em confrontos policiais. Há cerca de 30 dias, o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o promotor de Justiça Leonir Batisti, se reuniu com o comando da PM para debater o tema. Segundo o promotor, como o assunto é delicado, ainda não há como definir uma atuação específica. "A recomendação é para que, sempre que possível, o policial chame o resgate. Sabemos que transportar feridos na viatura não é o adequado, porém é o mais rápido. E a demora (no atendimento) para feridos à bala é crucial", diz o promotor.
Abaixo, a explicação do coronel Jorge Costa Filho, comandante do Policiamento da Capital, sobre o transporte dos suspeitos feridos na madrugada de sexta-feira.
Qual o procedimento indicado pela PM aos policiais quando há feridos em confrontos?
Depende muito. Mas sempre que possível a recomendação é de solicitar o resgate (ambulância). Mas, muitas vezes, até por uma precaução exagerada, o policial acaba tentando socorrer. Principalmente em locais de risco, onde o policial fica exposto a comparsas (dos feridos). Tanto que há ocorrências em que o Siate vai atender e leva tiro.
Mas no caso deste confronto no Alto da Glória, a região não é perigosa a esse ponto.
Na realidade, não. Mas pelo calor do momento e pela proximidade com o Cajuru (hospital), os policiais já levaram.
Mas médicos e socorristas sempre dizem para não mexer no ferido até que a ambulância chegue.
Muitas vezes é complicado. E é diferente ter alguém apenas ferido e ter alguém ferido em um confronto, em que há riscos. Tem que analisar caso a caso, circunstância a circunstância...
E esse era um caso?
Acho que os policiais agiram de boa fé. Até pela gravidade dos ferimentos. (MXV)