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Painel

Renan e o PT

A proximidade do desfecho do processo de Renan Calheiros azedou o clima entre PMDB e PT, principais partidos da base aliada. A presença dos petistas Eduardo Suplicy (SP) e Augusto Botelho (RR) no bloco dos que devem votar contra Renan no Conselho de Ética incomoda os peemedebistas, que ameaçam dar o troco na forma de votos contra o governo no Senado. A líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA), apelou a petistas, entre eles Aloízio Mercadante (SP), para que não deixem o caso Renan "contaminar a relação". Os petistas, porém, acham impossível controlar os votos dos senadores no caso e já admitem que o bloco dos que apoiarão a cassação pode ser ainda maior no plenário da Casa.

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Revisão – Os relatores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES) vão cotejar o voto pela cassação de Renan com as contestações finais apresentadas pelo advogado Eduardo Ferrão. Admitem mudar o texto se alguma das irregularidades apontadas for esclarecida.

Borracha – O deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE) lidera um mutirão de retirada de assinaturas da CPI da TVA, apresentada pelo também peemedebista Wladimir Costa (PA) a pedido de Renan. Já entregou à secretaria da Mesa 11 requerimentos de deputados que querem cair fora.

Michelin – A indiscrição de Ricardo Lewandowski parece ter despertado a curiosidade de Eros Grau. O ministro escolheu a Expand Wine Store by Piantella para jantar anteontem, dia da publicação da conversa telefônica que Lewandowski tivera na véspera no mesmo restaurante.

Fórceps – Os ministros mais incomodados com as palavras de Lewandowski tiveram de suar a toga para convencer Ellen Gracie a soltar uma nota oficial, ainda que vaga, sobre o caso. A presidente não achava a providência necessária.

Inoperante – Um ministro diz que, após a divulgação da troca de mensagens instantâneas no julgamento do mensalão, o mecanismo da intranet deixará de ser usado como ferramenta de trabalho durante as sessões do tribunal. "Perdemos um instrumento de grande utilidade."

– A Mensagem ao Partido, de Tarso Genro, tinha o objetivo de polarizar os debates do congresso do PT com o ex-Campo Majoritário, de José Dirceu, mas acabou isolada na primeira tentativa, ontem, de criar um bloco para derrotar o grupo hegemônico num texto-base sobre rumos da sigla.

Sem tira-teima – A resolução vencedora foi mesmo a do ex-Campo Majoritário, rebatizado de "Construindo um Novo Brasil". Como os crachás levantados indicavam placar apertado, o grupo das correntes adversárias pediu nova votação, desta vez nominal. Não foi atendido.

Majoritário – O início do congresso petista mostrou que o grupo de José Dirceu, José Genoíno e Antônio Palocci está revigorado. Venceu as três votações do dia, aprovando as resoluções que conduzirão os debates de hoje.

Zona cinzenta – Cerca de cem dos quase mil delegados do congresso do PT foram eleitos na base do partido. Por estarem menos atrelados às correntes internas, podem mudar o rumo de algumas votações durante o congresso.

No papel – A CPI do Apagão Aéreo da Câmara solicitará ao presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que crie, até o próximo dia 18 de setembro, uma comissão especial para analisar a proposta da lei geral da aviação civil.

Costura – Com a aliança abalada no plano estadual, DEM e PSDB de Porto Alegre já negociam coligação para a eleição municipal do ano que vem. O pré-candidato dos "demos", Onyx Lorenzoni, terá almoço com dirigentes locais dos tucanos na segunda.

TIROTEIO

* Do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara, sobre a abertura de processos no Supremo Tribunal Federal contra os 40 acusados de envolvimento no esquema do mensalão.

– O procurador-geral e a maioria dos ministros do STF são indicações de Lula, e os processos foram abertos. Estivéssemos no governo FHC, não tenho dúvida de onde estaria o caso: na gaveta.

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