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Congresso

Renan faz as contas e conclui que está em desvantagem

Brasília – Na última sexta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez uma avaliação realista da sua situação no Conselho de Ética e concluiu, reservadamente com aliados, que está em desvantagem, ainda que a votação seja secreta. Até o momento, Renan só tem assegurados 5 votos a seu favor, dos 15 titulares do Conselho. Por isso a estratégia que montou é a de apressar ao máximo o processo no Conselho para que haja logo uma votação em plenário, onde tem esperança de escapar da degola. O grupo fez e refez as contas e não consegue chegar aos 41 votos contra Renan, número necessário para a cassar um mandato.

Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista. Mesmo com o discurso público de que a perícia da Polícia Federal favorece o senador, uma análise feita por seu grupo considera perdida a votação no Conselho. A avaliação é de que, além do relator Renato Casagrande (PSB-ES), o voto de Eduardo Suplicy (PT-SP) será contrário à sua absolvição. Há forte pressão para mudar o voto de Augusto Botelho (PT-RR), que já demonstrou o desconforto com a situação de Renan.

Os renanzistas tentam explorar aspectos positivos da perícia da PF nos documentos do senador, numa tentativa de fazer do limão uma limonada, na expressão deles próprios. "Não há dúvida. Fica claro, na perícia, que Renan tinha renda e não há quebra de decoro", observou um dos relatores, Almeida Lima (PMDB-SE). "Mas Renan conseguiu comprovar que tinha dinheiro para despesas pessoais", diz Wellington Salgado (PMDB-MG).

Segundo aliados, Renan investe no Conselho. Não teria desistido nem do apoio de Suplicy, alvo do descontentamento da cúpula petista e até do presidente Lula, por sua defesa obsessiva da verdade. Renan pensa em ir ao plenário do Conselho, pois desde o início o petista cobra sua ida ao colegiado. Os renanzistas esperam que a líder Ideli Salvatti (PT-SC) consiga enquadrá-lo. Renan gostaria que o PT fechasse questão pela absolvição – o que mudaria a votação em seu favor. Outro membro do PT no Conselho, João Pedro (AM), anunciou que votará como mandar o partido.

Suplicy disse que só decidirá após tirar todas as dúvidas. Na quinta-feira, recebeu sinal verde dos relatores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES) para participar da inquirição de Renan, mas foi vetado por Quintanilha. Coube a Ideli comunicar-lhe que não era bem-vindo ao depoimento fechado.

No plenário do Senado a contabilidade é favorável a Renan. Com ajuda de DEM e PSDB, ele teria, com voto secreto, o apoio de 43 dos 81 senadores. Gilvan Borges (PMDB-AP), por exemplo, já disse que vota com ele.

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