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Senado

Renan não consegue convencer os relatores

Brasília – O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não conseguiu convencer ontem os relatores do primeiro processo a que responde no Conselho de Ética do Senado da sua inocência na denúncia que teria usado dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.

Os senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES) afirmaram que Renan não conseguiu comprovar – no depoimento que durou quase duas horas – que efetivamente tinha recursos para pagar pensão à jornalista. O senador também deixou dúvidas sobre a sua evolução patrimonial nos últimos anos.

Casagrande disse que Renan, apesar de ter considerado a perícia da Polícia Federal em seus documentos como "muito positiva", apresentou "pontos contraditórios" em seu depoimento. "A contradição diz respeito à sua evolução patrimonial. Temos uma quantidade de recursos muito elevada. Ainda temos dúvidas", disse Casagrande.

Marisa afirmou que vai se debruçar sobre a defesa de Renan no fim de semana porque, até agora, o senador não conseguiu provar sua inocência na denúncia. "Eu vou ter que olhar toda a sua evolução patrimonial. Pode ser até que ele me convença até o dia 30 (quando o relatório será votado no conselho), mas hoje (ontem) não me convenceu", disse a relatora.

No depoimento aos relatores, que ocorreu a portas fechadas, Renan tentou contestar ponto a ponto as dúvidas levantadas pela perícia da PF em seus documentos. Segundo Casagrande, o senador está "muito satisfeito" com a perícia porque considera que o trabalho da Polícia Federal prova que tinha recursos suficientes para pagar pensão à jornalista.

Sobre o empréstimo de R$ 178 mil tomado da locadora de carros Costa Dourada – de propriedade de seu primo Tito Uchôa – Renan disse aos relatores que pediu os valores em empréstimo para cobrir "despesas pequenas" em Alagoas.

"Ele disse que a pessoa de quem contraiu o empréstimo tem a segurança de que vai receber o dinheiro. Em 2004 e 2005, quando pegou esse dinheiro, ele afirmou que era quando estava precisando", afirmou.

Renan disse, segundo Casagrande, que não declarou o valor do empréstimo ao fisco porque tinha como objetivo manter os recursos em sigilo – já que na época pagava de forma sigilosa a pensão à jornalista.

Único relator a ser convencido por Renan de sua inocência no episódio, Almeida Lima (PMDB-SE) disse que Renan conseguiu mostrar que tinha recursos para pagar pensão à jornalista sem recorrer à Mendes Júnior. "Eu não tenho elementos para cassar o senador Renan, e mais ainda agora", afirmou. Ao contrário de Casagrande e Serrano, Lima deixou claro que vai defender em seu relatório a absolvição de Renan.

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