FOZ DO IGUAÇU - O número de homicídios em Foz do Iguaçu caiu 33,6% em 2008 na comparação com o ano de 2006, atingindo melhor resultado desde 2001, quando foram contabilizados 242 casos. Enquanto no ano passado a Delegacia de Homicídios (DH) registrou 220 mortes violentas, média de uma a cada dois dias, em 2007 chegaram a 294 – entre elas os assassinatos, latrocínios e as ocorridas durante confronto com a polícia. Para as autoridades, o fenômeno é resultado das constantes operações de repressão ao crime na fronteira.

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De acordo com o relatório do Instituto Médico-Legal (IML) e da DH, a maioria das vítimas foi morta a tiros, totalizando 195 ocorrências, seguidas das mortes por esfaqueamento (16) e em consequência de agressões físicas (9). O mesmo levantamento indica que quase 90% tinha algum envolvimento com o crime organizado na fronteira, eram foragidos da Justiça ou recém-saídos da prisão e mais da metade contava com menos de 25 anos e não tinha ocupação fixa ou estava desempregado.

A disputa pelo comando do tráfico de drogas e do contrabando de mercadorias e cigarros é apontada como principal responsável pela permanente onda de violência na região. "Temos aqui uma característica comum a toda cidade de fronteira, não é algo exclusivo de Foz do Iguaçu", avalia o titular da DH, delegado Fábio Amaro ao descartar a hipótese de pulverização dos homicídios para os municípios que entraram na rota das quadrilhas especializadas. Em Guaíra, por exemplo, o número de homicídios caiu de 32 para 24, incluindo as 15 vítimas da chacina ocorrida no fim de setembro.

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"Polícia na rua sem dúvida previne significativamente o crime", diz Amaro. "Aliado a isto, temos o trabalho de investigação e o importante papel da população no fornecimento de informações que levem à elucidação dos casos." Em 2007, por meio dos depoimentos e do disque-denúncia, chegou-se à autoria de pelo menos 40% dos assassinatos.

Foi o segundo ano consecutivo de queda nos homicídios em Foz. Em 2007, a redução foi de 10%.