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A existência de ramos de facções criminosas no Paraná costumava ser tratada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) como um problema distante. O posicionamento mais frequente era evitar se pronunciar sobre o assunto. Em 2006, o secretário Luíz Fernando Dela­zari chegou a afirmar que "não havia uma estrutura do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Paraná". De lá para cá, o assunto ficou esquecido.Agora, após a rebelião na Peni­tenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, o discurso volta-se contra agentes penitenciários que teriam misturado presos de facções criminosas rivais em uma mesma galeria.

Entre agentes, advogados, presos e familiares de detentos é comum ouvir a afirmação de que existem na PCE grupos ligados ao PCC e também ao Primeiro Co­­mando do Paraná (PCP). O governador Roberto Requião chegou a afirmar, ontem, na Assem­bleia Legislativa, que a rebelião teria ligação com o Comando Ver­melho. "O chefe de segurança de Piraquara e o subchefe, ao que tudo indica nos depoimentos feitos à polícia, estavam filiados ao Comando Verme­lho e provocaram a greve para tomar conta da penitenciária e abalar a estrutura do Paraná". Já Dela­zari prefere não nomear facções. "O comportamento da secretaria é não dar publicidade a essas organizações criminosas porque é isso que eles querem", afirma.

Desde 2001, quando aconteceu outra grande rebelião na PCE, o PCC é mencionado como presente em território paranaense. O motim teve participação direta com a facção criminosa sob a liderança de José Márcio Felício, o "Geleião", um dos fundadores do PCC. Em outubro de 2006, o promotor Roberto Porto, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo, declarou que "o Paraná é o braço direito do PCC de São Paulo. O estado abriga em seu sistema prisional líderes importantes da organização criminosa paulista."

Dias depois, Delazari contestou a afirmação. "Nosso serviço de inteligência, que recebe informações todo dia, dá conta de que não há uma estrutura do PCC no Paraná".

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