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A relação entre o prefeito de Curitiba, Beto Richa, com o governador do Paraná, Roberto Requião, que já não era amistosa durante o último processo eleitoral, parece ter sido estremecida de vez nesta terça-feira.

A briga começou quando Requião, durante a Escola de Governo, acusou o irmão do prefeito de intervir junto a uma empreiteira para que uma verba de R$ 10 milhões fosse repassada para a campanha de Richa em 2002. O prefeito reagiu e no fim da tarde publicou uma carta aberta aos paranaenses rebatendo e repudiando as acusações. A carta é assinada por membros da família Richa (veja no quadro ao lado).

Durante a escola de governo, nesta terça-feira, Requião acusou o irmão do prefeito, José Richa Filho, e o ex-ministro Euclides Scalco, de terem procurado a empreiteira DM e pedido que fosse repassado R$ 10 milhões para a campanha de Richa em 2002. De acordo com Requião, esse pedido de Richa Filho e Scalco foi feito ao empreiteiro Darci Fantin, que teria lhe contado o fato.

A verba de R$ 10 milhões, ainda segundo Requião, teria sido liberada pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER) para a empreiteira fazer o serviço de terraplanagem da rodovia Curitiba - Garuva, mas teria acabado na campanha de Richa. José Richa Filho foi diretor administrativo-financeiro do DER de julho de 2000 a dezembro de 2002. Intimação

Requião, minutos antes de começar a reunião com o secretariado, disse que recebeu um oficial de justiça que o intimou a comparecer no dia 26 de fevereiro numa audiência.

A audiência diz respeito ao processo que a jornalista Cila Shulmann move contra o governador por danos morais. Cila fazia parte da campanha de Richa em 2002. Durante uma outra reunião do secretariado, no primeiro mandato de Requião, o nome dela teria sido envolvido pelo governador nesta acusação de repassagem da verba de R$ 10 milhões.

Carta aberta

O prefeito da capital reagiu e no fim da tarde publicou uma carta aberta aos paranaenses rebatendo a acusação de Requião. Entre outras coisas, Richa diz que "são acusações mentirosas, sacadas de situações administrativas com o claro objetivo de confundir a opinião pública e plantar a dúvida na sociedade paranaense".

O prefeito diz ainda que vai contratar um advogado particular para "interpelar judicialmente o senhor Roberto Requião para que confirme ou desminta em juízo as declarações que fez nesta data". Scalco reagiu da mesma maneira. "Vou contratar um advogado para abrir uma ação contra o governador por difamação, calúnia e falta da verdade. Ele (Requião) acha que é o dono do estado do Paraná", afirmou.

Richa também acusa

Na carta, Richa também acusa: "Talvez a estratégia esteja a serviço de um objetivo maior, o de desviar o foco de questões de amplo interesse público, como o noticiado superfaturamento de obras de saneamento no litoral do Estado – onde está o saneamento? E a igualmente noticiada compra de aparelhos de TV por preços exorbitantes, de uma empresa doadora de sua última campanha eleitoral".

Em relação à compra dos televisores, Requião disse durante a reunião do secretariado que os aparelhos custam mais caro, em relação ao preço praticado no mercado, porque contam com um aparelho que permite a interligação entre os televisores. Além disso, conta com uma espécie de pen drive, instalada na televisão - o que ajuda o professor a passar o material do site de Educação para o televisor.

Chefe da Casa Civil sai em defesa de RequiãoNo início da noite desta terça-feira, o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, saiu em defesa de Requião. (veja no quadro ao lado). Segundo reportagem da Agência oficial do governo do estado, Iatauro diz que quando Requião assumiu o governo do Paraná, em janeiro de 2003, recebeu uma denúncia do DER de que uma obra concluída, e plenamente quitada em seu primeiro governo, havia sido novamente paga em 2002, quase sete anos depois de pronta.

A obra em questão é a duplicação da Curitiba-Guaruva. O valor em questão é de R$ 10 milhões, que foram pagos pela segunda vez, depois da obra concluída e quitada pelo DER, onde na época do pagamento trabalhava o irmão de Beto Richa.

A nota diz que Requião então mandou apurar a denúncia e recebeu a informação de um empresário de que esta duplicação de pagamento fora para produzir recursos à campanha de Beto Richa ao governo do Paraná, uma engenharia financeira promovida sob orientação dos marqueteiros da campanha do então candidato Beto Richa.

A matéria da agência oficial afirma ainda que em nenhum momento Requião fez referência ao pai do prefeito, Beto Richa, o ex-governador José Richa. Iatauro afirma ainda que o governador lamenta que o prefeito Beto Richa tente se colocar como vítima, utilizando-se da imagem de seu pai.

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