O governador Roberto Requião cobrou nesta segunda-feira mais rigor e agilidade nas investigações sobre a morte do carregador Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, conhecido como "Manchinha", de 19 anos. Durante a reunião da Operação Mãos Limpas, Requião disse que existem fortes indícios de que "o rapaz foi vítima da ação programada de maus policiais".
Santos foi morto com 30 tiros na madrugada de domingo (25), após uma abordagem de policiais do 13.º Batalhão. Na sexta-feira, conforme reportagem da Gazeta do Povo Online, o deputado federal Dr. Rosinha divulgou uma denúncia de que Santos foi vítima e testemunha de uma sessão de tortura dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, no mês de novembro de 2006.
"Não há dúvida de que há relação entre a denúncia de espancamento e a execução deste rapaz, que tinha passagens pela polícia sim, mas em nada justifica esse tipo de comportamento", disse o governador, segundo informações do site oficial do governo do estado. Os policiais envolvidos, alegam que o carro em que Santos estava tinha alerta de roubo e o rapaz teria atirado contra os policiais que pediram para ele parar o veículo.
O comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Nemésio Xavier de França Filho, afirmou que já foram tomadas as providências para apuração do caso. Além de afastar imediatamente das atividades de rua os policiais envolvidos na morte e indiciá-los em um Inquérito Policial Militar (IPM), o comandante também pediu ao Ministério Público Estadual e à Ordem dos Advogados do Brasil secção Paraná (OAB-PR) que designem profissionais para acompanhar o caso.
A Polícia Civil instaurou um outro inquérito, por meio da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, para descobrir quem fez e de onde partiu o falso alerta de roubo do veículo que era dirigido por Santos no momento da abordagem policial. A Secretaria da Segurança Pública (Sesp) vai designar um delegado especialmente para investigar as circunstâncias da morte do rapaz.
Denúncia de tortura
Ainda segundo o site oficial do governo do estado, o secretário da Justiça e da Cidadania, desembargador Jair Ramos Braga, informou ao governador Roberto Requião que as denúncias de tortura sofridas pelo ex-preso Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, estão sendo investigadas. O rapaz teria sido liberado por decisão da Justiça na semana que antecedeu sua morte.
"Após a sindicância foi aberto um processo administrativo, que corre dentro dos prazos legais", explicou Braga. "Esse trâmite está na fase de alegações preliminares e ainda serão ouvidas testemunhas da acusação e defesa. Somente com a conclusão desse processo, poderá se determinar se a denúncia de tortura procede, e, assim, tomar providências quanto à conduta dos funcionários", concluiu.
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