O governador do Paraná Roberto Requião (PMDB) está lançando uma campanha de mobilização popular contra o Banco Itaú para ganhar aliados na briga judicial iniciada há três anos. A informação é da Gazeta do Povo desta quarta-feira.
Durante reunião semanal do secretariado, Requião fez duras críticas a membros do Judiciário que estão concedendo decisões desfavoráveis ao estado. O governador criticou ainda a administração anterior por assinar contratos considerados lesivos ao Paraná e pediu a ajuda da sociedade organizada.
"Faço um apelo ao PT, a todos os partidos políticos, a OAB e ao Conselho Regional de Engenharia para que somem forças contra o roubo e a exploração que estamos sendo submetidos pelo Itaú. Que se manifeste a sociedade organizada política e institucional a respeito dessa questão. As pessoas que desejam colaborar com o governo nesse confronto e enfrentamento devem se dirigir ao Sérgio Botto", sugeriu o governador mencionando o procurador-geral do estado. "Do jeito que está, quem vai acabar preso é o governador por não deixar que o Paraná seja roubado pelo Itaú".
A crítica é uma referência à decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região, que determinou a manutenção do contrato das contas do estado com o Banco Itaú. O governador reafirmou que existem decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Justiça do Paraná favoráveis ao Executivo.
"Lutamos contra um maldito contrato e um desembargador extremamente generoso dá uma sentença afirmando que contratos têm que ser observados, mesmo que seja uma patifaria", afirmou.
Uma das cláusulas do acordo questionada pelo governo é a prorrogação por mais cinco anos da exclusividade das contas no Itaú. A mudança foi assinada em 26 de outubro de 2002, faltando ainda três anos para vencer o contrato que estava em vigor. A última decisão judicial obriga o estado a manter as contas no Itaú.