Folhapress
Os seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo voltaram a registrar, simultaneamente, recuo em seus níveis de água.
O Cantareira, o maior da Grande SP e em situação mais crítica, opera com 14,7% da capacidade após recuo de 0,1 ponto percentual, de acordo com balanço da Sabesp divulgado nesta terça-feira (21).
Os sistemas Guarapiranga, Alto de Cotia e Rio Claro foram os que registraram o maior recuo: 0,3 ponto percentual.
Um dos motivos desse recuo refere-se à falta de chuva na região da cabeceira dos sistemas, principalmente o do Cantareira, somada ao tempo seco dos últimos dias. Do dia primeiro de julho até agora, o manancial acumula 22 mm de água -o valor não corresponde nem a metade do volume esperado para todo o mês (50 mm).
O Cantareira abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.
Adilson Nazário, meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura), afirma que uma passagem de uma frente fria deve trazer pancadas de chuva moderada em pontos isolados de São Paulo. Segundo Nazário, a frente fria está sobre o oceano entre o litoral do Paraná e São Paulo.
“As primeiras instabilidades já se aproximam de São Paulo, principalmente, no sul do Estado, trará chuva isolada em alguns pontos da cidade. O ingresso do ar mais frio após a passagem da frente fria já acontece a partir desta quarta (22), quando os termômetros não devem ultrapassar os 19°C durante o dia, e 12°C na madrugada”.
O meteorologista também alerta que não há previsão de grandes temporais para São Paulo e que a tendência é que as chuvas atinjam de forma fraca os reservatórios que estão mais ao leste e sul da capital paulista. Na cabeceira do Cantareira não deve ter chuva nos próximos dias.
O percentual usado na medição do sistema Canteira tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).
Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Essa é uma das três metodologias que a Sabesp usa atualmente para divulgar o volume do reservatório.
A represa Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 77,3% da capacidade. O Guarapiranga, contudo, já acumula 64,6 mm de água, 53,45% a mais do esperado (42,1 mm).
O reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 64,3% da capacidade. O sistema já acumula 64,2 mm -20,22% a mais do volume esperado (53,4 mm). Já o de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 72,7%.
O nível do sistema Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, recuou 0,2 ponto percentual e opera com 18,9% da capacidade.
No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
O nível do sistema de Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 90,3% da capacidade.
A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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