São Paulo - Antes preconizada como parte importante da ressuscitação cardiopulmonar, a respiração boca a boca prejudica o procedimento e re­­duz as chances de sobrevivência do paciente com pa­­rada cardíaca.

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Estudos apontam uma taxa de sobrevivência três vezes maior em pessoas submetidas apenas às compressões contínuas no peito até a chegada de socorro. A Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação (Ilcor, na sigla em inglês), entidade que reúne as principais associações de cardiologia, mudará a partir de 2010 as diretrizes para procedimentos de emergência em parada cardíaca. De acordo com a nova orientação, so­­mente a massagem cardíaca deverá ser aplicada pelo leigo.

"Quando o coração para, o mais importante é manter o fluxo sanguíneo com a compressão. A respiração boca a boca é uma das causas que levam à diminuição do fluxo’’, afirma o cardiologista Sérgio Timerman, do Instituto do Coração (InCor). "Essa é uma das maiores descobertas da emergência cardiovascular dos últimos tempos. Para médicos, a orientação é que a massagem deve ser prioridade, antes de se preocuparem com choque, medicamentos etc.’’, afirma o cardiologista Manoel Canesin, coordenador do Centro de Treinamento em Emergências Cardio­vasculares da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

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Haverá mudanças também com relação ao uso do desfibrilador. A aplicação de choque pode ocorrer antes da massagem somente até cerca de quatro minutos após a parada do coração. Depois desse tempo, a compressão deve preceder o uso de desfibrilador.