Dois alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) foram condenados ontem a cumprir cinco dias de suspensão no início do próximo ano letivo por publicar na internet "conteúdo discriminatório e ofensivo à integridade de alunas participantes dos Jogos Interunesp". Em nota divulgada, a instituição diz, porém, que os depoimentos prestados pelos alunos envolvidos "não permitiram configurar as circunstâncias que diversos veículos de imprensa e websites caracterizaram como sendo o chamado Rodeio das Gordas".
Em outubro deste ano, estudantes da instituição teriam sido flagrados agredindo colegas obesas em um jogo que consistia em agarrar e montar nas garotas. A investigação da universidade é feita de forma independente à realizada no inquérito instaurado a pedido do Ministério Público (MP), em Araraquara, ainda em andamento.
A direção do câmpus de Assis a 460 quilômetros da capital paulista , onde estudam os supostos agressores, instaurou uma comissão no dia 28 de outubro para investigar a situação, que decidiu pela suspensão dos dois estudantes. O relatório da Unesp será encaminhado ao MP.
A assessoria da universidade diz que a instituição não tem poder legal para aplicar penalidades referentes a atos praticados fora de suas dependências. A Unesp aprovou, além da suspensão, apenas medidas de conscientização e de caráter pedagógico voltadas ao fortalecimento dos direitos humanos. A reitoria da universidade vai propor, ainda, em 2011, medidas para disciplinar o uso do nome da instituição.
As agressões ocorreram durante os jogos InterUnesp, que reuniram 15 mil estudantes em Araraquara. Cerca de 50 estudantes foram acusados de praticar a violência contra as colegas. Em uma rede social, os acadêmicos da Unesp relataram, na época, que alunos dos cursos de Engenharia Biotecnológica, Psicologia e Ciências Biológicas do câmpus Assis seriam os responsáveis pelas agressões.
Entre os suspensos pela universidade, um deles é apontado como um dos organizadores do "Rodeio das Gordas" e o responsável por criar uma comunidade no Orkut sobre o tema. Na ocasião, o aluno disse que a prática era "só uma brincadeira".
Avaliação
Para o advogado Alexandre Saldanha Soares, especialista em bullying, a decisão da Unesp não repercute de forma positiva, apesar de a instituição não ter os mesmos mecanismos de punição que a Justiça. "Cinco dias de suspensão para esses alunos serão dias de descanso." Ele lembra que as universitárias sofreram danos morais, injúria e lesão corporal. De acordo com o especialista, porém, "o documento da universidade pode auxiliar nos processos que tramitam no Judiciário." Segundo Soares, a universidade deve investir em campanhas anti-bullying com caráter educativo. (PC, com Folhapress)
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