O forte temporal que atingiu a cidade de Santos, no litoral sul paulista, neste domingo (21), ainda causa transtornos aos moradores nesta segunda-feira (22). As ondas voltaram a tomar parte da avenida da praia durante a madrugada. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com a Defesa Civil de Santos, os ventos atingiram cerca de 82 km/h, e a elevação da maré chegou a 2,60 metros nesta madrugada. A Defesa Civil informou ainda que há previsão de ressaca durante a tarde em Santos. Segundo os meteorologistas, a ressaca pode ocorrer das 17h às 18h.
A região mais afetada foi a Ponta da Praia, onde o mar invadiu as calçadas e as garagens dos edifícios que ficam de frente para a orla. Os moradores das avenidas Coronel Bartolomeu de Gusmão e Saldanha da Gama, no trecho entre o Canal 6 e a rua Capitão João Salermo, também tiveram prejuízos, com água na garagem e carros arrastados.
Também foram registradas quedas de árvores, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de Santos. A prefeitura afirmou que a maré na região já baixou e o local não está inundado, mas continua interditado devido a resíduos e pedras na via. Segundo a prefeitura, vinte toneladas de pedras goram levadas pela água às avenidas Bartolomeu de Gusmão e Saldanha da Gama. As pedras foram retiradas e devolvidas ao mar.
Até as 15h desta segunda (22), o trânsito da avenida Saldanha Gama estava interditado no sentido José Menino-Ponta da Praia. O tráfego no sentido contrário foi liberado por volta de 12h.O transporte coletivo foi transferido para a avenida Epitácio Pessoa por motivos de segurança.
A Defesa Civil pediu que a população evite a região de Ponta da Praia, e que os acione caso apareça alguma rachadura em edificações pelo telefone 199.
Na tarde de domingo (21), uma embarcação ancorada se desprendeu e bateu próximo às muretas na região da Ponta da Praia, na altura da ponte Edgar Perdigão. Com o impacto, parte da mureta de proteção foi destruída. Além disso, parte do piso e algumas vigas de madeira do Deck do Pescador também sofreram danos. Não há informações de feridos.
A gestão do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) disse ainda que equipes da secretaria realizam nesta segunda limpeza da região atingida pela ressaca, com drenagem das galerias pluviais, desobstrução da rede de drenagem e análise das estruturas dos prédios e equipamentos atingidos, incluindo Deck do Pescador.
Porto
A entrada e a saída dos navios do porto de Santos, o maior da América Latina, estão suspensas desde as 10h30 deste domingo (21) devido à forte ressaca na orla de Santos.
Até o meio-dia desta segunda (22), segundo a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), estão programados para entrar no porto oito navios e dez para sair. Além disso, um navio aguarda para ser transferido de um terminal para outro.
A companhia informou ainda que as operações de embarque e descarga de mercadorias dos navios atracados no porto de Santos ocorrem normalmente nesta segunda.
Ventos fortes
Os fortes ventos que atingiram Santos suspenderam por diversos momentos o sistema de travessia de balas entre este domingo e a madrugada desta segunda.
Segundo a Dersa (empresa que administra as travessias litorâneas de São Paulo), os ventos atingiram 94 km/h e quebraram os vidros da cabine de comando de um ferryboat.
Sobre a travessia Santos/Guarujá, segundo a Dersa, ela ficou paralisada das 14h50 às 16h30 e das 17h30 às 19h05 deste domingo. Já a travessia Guarujá/Bertioga ficou paralisada das 11h às 11h20. A companhia informou a travessia ocorre normalmente nesta segunda.
Também houve problema na travessia São Sebastião/Ilhabela, no litoral norte, com o forte temporal. A companhia informou que houve queda de energia elétrica nas duas margens da travessia, o que impossibilitou a realização de manutenções preventivas e corretivas nas embarcações durante a madrugada.
O sistema de travessia foi retomado às 3h30, mas realizado com apenas duas embarcações até as 8h40 desta segunda. Segundo a companhia, somente a partir das 11h é que as cinco balsas da frota estavam disponíveis para a travessia. Com isso, diz a Dersa, há grande demanda reprimida de veículos.