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Há cerca de um ano, quem passa pela Rua Desembargador Motta com a Saldanha Marinho – em Curitiba –, onde o centro tem limite com o Batel e as Mercês, reparou no banner anunciando reformas na Paróquia São Francisco de Paula. Arriscam os que entraram, para espiar ou participar de alguma missa, terem se deparado com novidades ao pé do altar. Além das cerimônias religiosas serem realizadas na cripta, já que o teto está sendo restaurado, algumas vezes, ao final da liturgia, o arquiteto Cláudio Maiolino roubou a palavra do pároco, padre Ricardo Hoepers.

O objetivo era apresentar o projeto de resgate para a comunidade. Nada mais justo. A história da São Francisco de Paula começa na Curitiba do século 18, nas Ruínas, que levam seu nome, e a partir da década de 50 vai ter outro capítulo, no atual endereço. O templo estilo neoclássico é um dos mais refinados da arquitetura religiosa da cidade, mas o forro, de estuque, estava em petição de miséria. Seu resgate segue um expediente comum a outras igrejas: está sendo feito em partes, juntando fôlego e dinheiro para cada etapa. Hoepers, entusiasta do projeto, recorreu à Lei Municipal de Incentivo à Cultura, obtendo, via renúncia fiscal, três parcelas de R$ 76 mil – correspondentes a 40% do valor da obra. O restante está sendo angariado via uma comissão de 500 associados. Contrariando a regra, transformou o restauro num evento capaz de mobilizar uma área da capital talhada de bares da moda e trânsito enlouquecido. E já anuncia, para 30 de junho, a sagração do templo, com o barulho merecido.

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