Entre 2005 e 2008, o Paraná perdeu 0,51% de sua floresta remanescente de Mata Atlântica, segundo relatório da Fundação SOS Mata Atlântica feito em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Restam apenas 9,85% de floresta concentrados no Parque Nacional do Iguaçu e no litoral. Excluindo essas duas fatias, o que resta de floresta remanescente é quase insignificante.

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Para alimentar a indústria, serrarias, carvoarias, grandes e pequenos produtores rurais recorrem ao corte dessas áreas remanescentes. A Polícia Am­­biental do Paraná registrou no ano passado 2.673 crimes florestais, o equivalente a sete ocorrências por dia. Apesar da fiscalização, o corte ilegal não cessa. A superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Paraná estima que todos os dias pelo menos 40 caminhões de árvores nativas sejam derrubados no estado.

Aliado ao ganho facilitado do corte ilegal de mata nativa está o risco do "apagão verde", que exige cada vez mais madeira. Segundo dados da Secretaria Especial de Florestas, o déficit entre área plantada e demandada já é de 55 mil hectares. O secretário especial e coordenador do departamento de Re­­florestamento no Paraná, Ni­­valdo Krüger, estima que dentro de 11 anos a indústria madeireira do estado entrará em colapso se não houver a adoção de medidas que aumentem a oferta de madeira.

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Segundo o presidente da organização não governamental Mater Natura, Paulo Pizzin, os programas de incentivo à silvicultura são úteis, mas é preciso que o produtor esteja bem orientado para cumprir a legislação. Ele ressalta que mais importante que plantar florestas é manter os remanescentes preservados. "Não adianta preservar apenas alguns exemplares de araucária, tem de se preservar a mata porque ela precisa da diversidade para sobreviver", aponta. (MGS)