Testemunhas contam como foi a tragédia
Além do restaurante, foram destruídos ainda uma sorveteria, uma lan house, uma loja de discos antigos e outro restaurante vizinho.
Funcionários sentiram cheiro de gás antes da explosão
Funcionários sentiram cheiro de gás e tentaram entrar em contato com o dono do estabelecimento, segundo depoimento prestado pelo jornaleiro Jorge Luiz Rosa Leão na 5ª DP (Centro). De acordo com ele, três funcionários o abordaram por volta das 5h30m, logo após ele abrir a banca, que fica em frente ao restaurante destruído. "Como todos chegam cedo, eu conheço bem os funcionários. O chef de cozinha, Antônio, veio perguntar se eu tinha o telefone do dono do restaurante, mas eu não tinha. Ele deve ter notado algo estranho."
Em seguida, segundo Jorge, outro funcionário, chamado Josemar, comentou que havia um forte cheiro de gás. Minutos antes da explosão, por volta de 7h30m, um terceiro empregado do restaurante, identificado por Jorge como Roberto, foi à banca e comprou um maço de cigarros, mas, de acordo com o jornaleiro, ele não estava fumando quando voltou para o restaurante.
O secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, afirmou nesta quinta-feira que nenhum estabelecimento no prédio que explodiu na Praça Tiradentes tinha autorização para utilizar cilindros de gás. A Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CEG) disse que não distribui gás ao prédio na Praça Tiradentes desde 1961, e seis cilindros de gás industrial, com 45 litros cada, foram encontrados no local onde três pessoas morreram e 17 ficaram feridas após a explosão do Restaurante Filé Carioca.
A força da explosão seria comparada a de 10 quilos de dinamite, segundo Giordano Bruno, da Construtura Fábio Bruno, contratada para fazer a retirada de entulhos e contenção dos pilares do edifício Riqueza. O acidente destruiu completamente pelo menos 700 metros quadrados no prédio, a soma das áreas do subsolo e do térreo juntas. A construtora informou que os trabalhos no local devem durar até 60 dias. A Construtura Fábio Bruno é a mesma que cuidou da derrubada do restante do Palace 2 e da limpeza dos escombros do local.
O Restaurante Filé Carioca trabalhava com alvará provisório dado pela prefeitura desde 2008. Segundo a Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop), o proprietário do restaurante deu entrada no licenciamento municipal em 20 de agosto de 2008 e há três anos vinha renovando a autorização precária de funcionamento porque a documentação estava incompleta. Ainda de acordo com a Seop, o proprietário do restaurante fora notificado recentemente a complementar a documentação, o que ainda não havia sido feito.
O subprefeito do Centro, Thiago Barcellos, e o comandante da Defesa Civil estadual reúnem-se às 17h desta quinta-feira para definir uma ação de fiscalização e vistoria nas instalações dos bares e restaurantes do entorno da Praça Tiradentes e da Avenida Mem de Sá. "Em relação à prefeitura, o restaurante tinha alvará provisório, que dá um prazo para o lugar cumprir outras exigências, como as do Corpo de Bombeiros", disse o subprefeito do Centro.
De acordo com o comandante da Defesa Civil, Sérgio Simões, há uma responsabilidade criminal de quem instalou o sistema de gás engarrafado no Edifício Riqueza. "Este prédio comercial especificamente tem do Corpo de Bombeiros um documento chamado laudo de exigência e, nesse documento, com data de meados de 2010, fica explícita a proibição da utilização de gás engarrafado. Há uma responsabilidade criminal de quem instalou esse sistema de gás engarrafado.
Para o comandante do Corpo de Bombeiros, como quarta-feira foi feriado, o vazamento foi se acumulando, e o cheiro forte de gás não foi sentido. De acordo com Simões, o prédio deveria ter solicitado a instalação do gás da Companhia Estadual de Gás (CEG). Ele acrescentou que o trabalho dos bombeiros no local deve levar de uma semana a dez dias para a retirada de escombros.
Em nota divulgada há pouco, a Secretaria municipal de Turismo informou que os hóspedes do Hotel Fórmula 1, localizado na Praça Tiradentes, já estão retornando ao local. O edifício que fica ao lado do Restaurante Filé Carioca. Com a explosão, os hóspedes tiveram que deixar o prédio. Ninguém ficou ferido.
Antes da explosão, funcionários do restaurante sentiram cheiro de gás e tentaram entrar em contato com o dono do estabelecimento, segundo depoimento prestado pelo jornaleiro Jorge Luiz Rosa Leão na 5ª DP (Centro).
Um atendente do restaurante, identificado como Renato Fiel, afirmou que o responsável pelo gás do estabelecimento era o cozinheiro. Segundo ele, os seis cilindros de 45 quilos eram interligados, e o cozinheiro já teria entrado no restaurante sabendo sobre o vazando de gás no local.
O advogado representante do Filé Carioca, Bruno Castro, esteve no local e disse que o proprietário, identificado como Rogério, foi internado em crise e assim que tiver condições se manifestará sobre o caso.
O delegado adjunto da 5ª DP (Centro), Antônio Bonfim, informou que já tem imagens das câmeras da prefeitura no local para ajudar na investigação. A polícia aguarda a limpeza e escoramento da estrutura do edifício para iniciar a perícia, que deve levar duas horas.
O presidente em exercício do Crea, Cleyton Vado, informou que representantes do órgão estão colhendo informações no local. Ele ressaltou que um botijão doméstico não provocaria tanta destruição ao explodir. "Recebemos informações de que o gás estaria vazando desde a noite de quarta, e isso deve ter formado um bolsão de gás dentro do estabelecimento. Neste caso, foi montada uma verdadeira bomba-relógio e qualquer centelha provocaria a explosão. Bastaria acender uma lâmpada. Sobre a estrutura do edifício, inicialmente avaliamos a estrutura das colunas, que parecem preservadas. Mas ainda trabalhamos com hipóteses. Vamos continuar no local apurando o que provocou a explosão. acreditamos vazamento destes botijões um bolsão de gás e estaria montada uma bomba. ainda estamos apurando", disse.
Os três mortos foram identificados como Mateus Maia Macedo de Andrade, de 19 anos; Josemar dos Santos Barros, que seria o sushiman; e o chef de cozinha, Severino Antônio. Os feridos foram levados para o Hospital Souza Aguiar, também no Centro, sendo que o quadro de três deles é gravíssimo: dois estão com traumatismo craniano, e um com traumatismo abdominal.
Segundo o secretário estadual de Defesa Civil, Sérgio Simões, o único edifício que continua interditado é o Riqueza, onde aconteceu a explosão. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, esteve no local do acidente. Ele conversou com os bombeiros para tentar descobrir o que pode ter provocado a explosão.
Por volta das 7h54m, as ruas da Carioca, Assembleia e Visconde de Rio Branco foram interditadas ao trânsito. Equipes da prefeitura, com agentes da CET-Rio, Guarda Municipal, Defesa Civil e Comlurb, além de Bombeiros e Policiais Militares estão no local, que está isolado. O trânsito do entorno dessas vias está bastante congestionado. A movimentação de veículos já foi liberada na Avenida Passos para desafogar o trânsito no Centro da cidade. Apesar da interdição, há uma grande aglomeração de pessoas na área do acidente.
Prédios vizinhos só serão liberados após perícia
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que os prédios vizinhos à Praça Tiradentes, no Centro da cidade, onde aconteceu uma grande explosão na manhã desta quinta-feira, não serão liberados enquanto a perícia não descobrir o que provocou o acidente e descartar totalmente risco de desabamentos.
Ele esteve no local e conversou com os bombeiros para tentar descobrir o que pode ter provocado a explosão.
Corpos de vítimas foram arremessados a 40 metros
O delegado adjunto da 5ª DP (Centro), Antônio Bonfim, disse que a força da explosão no restaurante Filé Carioca fez com que os corpos das vítimas fossem jogados a 40 metros do estabelecimento. Por causa do risco de segurança do prédio, a polícia aguarda a limpeza e escoramento da estrutura do edifício para iniciar a perícia, que deve levar duas horas.
Bonfim acrescentou que já tem imagens das câmeras da prefeitura no local para ajudar na investigação. Ele trabalha com a possibilidade da causa contada no depoimento prestado pelo jornaleiro Jorge Luiz Rosa Leão, na qual funcionários do restaurante chegaram a sentir o cheiro de gás e um deles teria comprado um maço de cigarros na banca.
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