A operação-padrão organizada pela Polícia Civil do Paraná foi realizada pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira (24) em Curitiba e região. Os policiais reclamam que vêm trabalhando em desvio de função, sendo obrigados a cuidar dos detentos e a trabalhar no transporte dos presos. Em duas delegacias da capital, os policiais vão se reunir na quinta-feira (25) com os delegados para tentar resolver o impasse.
O objetivo da operação é fazer com que os trabalhadores da classe realizem nas delegacias do estado apenas as atividades que estão previstas no estatuto da categoria. Na terça-feira (23), representantes do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol)visitaram três locais que recebem presos na capital: o 12º Distrito Policial (DP), em Santa Felicidade, a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), no Cristo Rei, e a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), na Vila Izabel. Foram entregues ofícios que ressaltam que os policiais devem atuar apenas nas funções determinadas pela lei.
O presidente do sindicato, André Gutierrez, revelou nesta quarta que a situação está regularizada no 12º DP, onde atuam oito auxiliares de carceragem. No entanto, na DFRV trabalha apenas um auxiliar. Já na DFR, não existem profissionais especializados para monitorar os presos. "Vai haver uma reunião com os delegados destes locais em que os policiais ainda são obrigados a cuidar dos presos. Esta situação tem que acabar", afirma Gutierrez. "Não podemos simplesmente largar os detentos. Temos que ser coerentes e responsáveis. Por isso, vamos conversar antes nas delegacias", completa o presidente do Sinclapol. De acordo com o sindicato, os delegados titulares poderão sofrer ações cíveis e criminais se mantiverem os policiais em desvio de função.
Além dos locais em Curitiba, o Sinclapol já distribuiu ofícios nas delegacias de Colombo, onde existem dois distritos, e também em Rio Branco do Sul e Almirante Tamandaré. Na quinta e na sexta-feira (26), segundo Gutierrez, serão visitadas as demais delegacias da região metropolitana e também as unidades das regiões Norte e Sul do estado.
Reivindicações
Além das melhores condições nas delegacias, os policiais civis pedem a implantação do plano de carreira da categoria, previsto no Decreto 5.721, de 2005, que trata do plano de modernização da polícia. Ainda de acordo com o Sinclapol, a categoria está há mais de oito anos sem aumento real. Outra bandeira de luta dos policiais é o aumento do efetivo da corporação, que hoje é de aproximadamente 3,2 mil policiais.
O sindicato vai ingressar com agravo de instrumento para suspender os efeitos da liminar que proibiu a greve da classe, que havia sido marcada para começar no último sábado (20). O prazo para a apresentação do recurso é de 10 dias, contados a partir da liminar.
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