A segunda audiência entre o sindicato dos motoristas, o sindicato das empresas e a Urbs, intermediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), terminou, no início da tarde desta terça-feira (1º), sem uma solução ao impasse. Até o momento, ainda não ficou definido como as empresas vão efetuar o pagamento do salário do mês de novembro. Caso o salário não seja pago até segunda-feira (7), motoristas e cobradores devem cruzar os braços. Nesta semana, porém, não haverá mais paralisações.
Na reunião desta terça-feira (1º), ficou definido um calendário para as próximas conversas entre a prefeitura e o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp). Na quarta-feira (2), será discutido questões referentes ao fluxo de caixa das empresas – que implicam diretamente no pagamento dos salários dos funcionários. Na quinta (3), haverá uma reunião entre técnicos da prefeitura e das empresas para discutir a tarifa técnica.
Estas reuniões serão somente entre empresas e prefeitura. O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc), Anderson Teixeira, critica. “Eles não entenderam a necessidade de o sindicato fazer parte da reunião. Depois, chegar na sexta-feira e dizer que não tem dinheiro para pagar é fácil. Mas se antecipar e mostrar o que está acontecendo, a transparência que todo mundo pede, ainda tem muito para acontecer. Das duas partes”, diz.
Além disso, a negociação do reajuste dos salários dos motoristas e cobradores deve ser antecipada. O Sindimoc deve convocar uma assembleia para elaborar uma proposta de reajuste que passará a valer a partir de fevereiro do ano que vem. Ainda não há data, mas a estimativa do sindicato é que essa audiência ocorra na terça-feira da semana que vem.
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Paralisação afetou 15% da frota, segundo o Sindimoc, também teve atrasos e "catraca livre".
+ VÍDEOSAinda assim, o impasse do salário continua. Na última semana, as empresas alegaram não ter dinheiro para pagar o salário dos motoristas e cobradores e chegaram a anunciar o corte de dois mil funcionários – informação que, posteriormente, foi negada. O primeiro objetivo das reuniões entre Urbs e Setransp é evitar que isso aconteça.
O Sindimoc fará uma assembleia na sexta-feira (sem relação com a outra assembleia) que deve resultar em um indicativo de greve. O resultado já é quase certo: se as empresas não pagarem os salários até segunda-feira (7), a categoria para na terça-feira (8). “Se eles não pagarem vai ter greve, isso é fato”, diz Teixeira.
Passagem
O presidente da Urbs, Roberto Gregório, disse ainda que a passagem vai aumentar nos próximos meses, mas disse que ainda não há data nem quantia. “A passagem vai aumentar, com toda a certeza. Nós tivemos aumento nos combustíveis, pneus e outros insumos que compõem a tarifa técnica e teremos, também, o reajuste dos trabalhadores. Obviamente, isto vai refletir em um aumento de custos e essa conta precisa ser paga”, disse.