Foi adiada ontem à tarde na Assembléia Legislativa do Paraná a votação dos projetos de lei que instituem o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos funcionários da rede estadual de ensino e a equiparação salarial entre os professores e os demais servidores de nível superior. O adiamento por sete sessões foi solicitado pelo autor das propostas, deputado André Vargas, depois de um entendimento com os parlamentares da base governista.
O entendimento só foi possível depois que os governistas agendaram uma reunião para hoje, às 14 horas. O assunto será discutido entre o secretário-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, a secretária de Estado da Administração, Maria Marta Lunardon, e dirigentes da APP-Sindicato.
A APP-Sindicato aceitou negociar, mas manteve a categoria mobilizada. "Decidimos apostar nessa reunião. Caso não haja avanços, vamos novamente convocar a categoria para lotar as galerias da Assembléia", disse o sindicalista Luiz Carlos Paixão. Segundo ele, a equiparação entre os salários dos professores e dos demais servidores de nível superior resultaria em um reajuste de 56,94% para os docentes. A primeira parte do reajuste seria concedida em 1.° de junho e a outra, em 1.° de dezembro.
Na Justiça
Com relação à decisão judicial que determina a concessão de reposição salarial de 71,77% aos professores, divulgada na segunda-feira, o governador Roberto Requião disse ontem, durante a reunião do secretariado, que a decisão é formalmente correta, mas não leva em conta o reajuste concedido pelo governo ao formular o plano de carreira do magistério.
"A folha de pagamento dos professores era de R$ 60 milhões no fim de 2002 e hoje é de R$ 104 milhões, um aumento de 74%", afirmou Requião. Esse deve ser um dos argumentos que o governo do estado usará no recurso que pretende apresentar à Justiça para tentar reverter a decisão.