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Assassinato

Réus serão julgados em liberdade

Os 17 réus acusados de integrarem um grupo de extermínio que teria assassinado 23 mulheres em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, ganharam ontem o direito de esperar o desenrolar do processo em liberdade.

Em votação dividida, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas-corpus ao policial militar Jean Grott. O STF considerou que houve constrangimento ilegal decorrente de excesso de prazo na prisão e extendeu a decisão aos demais réus. Votaram favoravelmente ao recurso o relator Marco Aurélio de Mello e os ministros Ricardo Lewandowski e Carmen Lúcia. O ministro Carlos Brito foi voto vencido.

"O Supremo entendeu que não era legítimo manter uma pessoa presa por quatro anos, sem que houvesse uma condenação contra ela", explica o advogado de Grott, Caio Fortes de Matheus.

Os acusados tiveram a prisão preventiva decretada em abril de 2002. A previsão era de que parte deles fosse posto em liberdade ainda ontem. Alguns, no entanto, respondem a outros crimes e devem continuar presos.

A decisão não interfere no julgamento do mérito dos acusados. Os reús serão levados a júri popular, mas não há previsão para que isso ocorra. Uma série de recursos interpostos pela defesa ainda precisam ser analisados.

O promotor responsável pelo caso, Marcelo Machado, afirmou que só irá se pronunciar quando tiver acesso à decisão do STF.

Entre os 17 réus estão policiais e ex-policiais civis e militares, funcionários públicos e comerciantes. Eles são acusados de integrarem um grupo de extermínio que teria sido responsável pelo desaparecimento e assassinato de parte das 23 mulheres e de cinco homens.

O grupo comandaria o tráfico de drogas em Almirante Tamandaré e região. Parte das vítimas teria sido executada como "queima de arquivo". O bando teria praticado crimes durante três anos, aproveitando-se do fato de serem policiais.

A defesa nega a tese e afirma que não há indícios suficientes para incriminar os réus. A investigação, conduzida na época pela delegada Vanessa Alice, não encontrou relação do grupo com parte das mortes, cuja autoria até hoje é desconhecida.

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