A Praça da Espanha já estava lotada, por volta das 22h30 deste sábado (3), de pessoas que participam da segunda edição do chamado réveillon fora de época em Curitiba. Desde o início da noite, o trânsito havia sido bloqueado no entorno da praça. Banheiros químicos foram instalados para atender ao público do evento que já tinha mais de 17 mil confirmações de presença no Facebook.
Somente pelo Facebook, 56 mil pessoas haviam sido convidadas a participar da festa. Por volta das 22h30, já não havia quase espaço para circular na praça. Não há programação cultural programada. Alguns participantes montaram um espécie de piquenique no local, outros ouviam som em carros. Também há ambulantes vendendo bebidas. Não havia registro de confusão até as 22 horas. Desde as 20 horas, estavam totalmente bloqueadas os trechos das ruas Fernando Simas com Carlos de Carvalho, Saldanha Marino com Ângelo Sampaio e Carlos de Carvalho com Coronel Dulcídio.
Organização Informal
O evento não tem uma organização formal e as pessoas foram convidadas a participar da festa por meio das redes sociais. A ideia desse réveillon, segundo um porta-voz que só dá entrevista por e-mail, sem ser identificado, é mobilizar a população para um evento divertido e inusitado. Por isso mesmo, o grupo não se comprometeu a levar música, bebidas ou fogos de artifício, deixando a responsabilidade por conta dos participantes.
A festa foi criada porque o grupo acredita que o ano só começa efetivamente depois do carnaval.
Na versão de 2011, o réveillon fora de época deixou a Praça da Espanha com muito lixo no chão, carros com som alto e desrespeito ao meio ambiente. Os comerciantes sofreram também com a procura por banheiros nos seus estabelecimentos, sem que as pessoas consumissem algo no local.
Neste ano, os comerciantes da região demonstraram receio de que se repetisse o que o ocorreu no ano passado. Eles dizem não ser contrários à festa, porque ocorre em um espaço público. Mas fizeram apelos públicos aos organizadores, para que eles não pequem na política de boa vizinhança, e reclamaram da falta de planejamento. A prefeitura não foi notificada oficialmente do evento, mas concordou em garantir a estrutura, apesar de afirmar que não apoia a festa. O órgão ainda ressaltou que a praça não comporta um evento desse porte.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) também participou da discussão. O órgão enviou ofício à Secretaria municipal de Meio Ambiente solicitando que o Executivo agisse para "impedir que este evento se realize sem o mínimo de condições e estrutura".
Para garantir a segurança das pessoas e a organização no trânsito, a prefeitura preparou uma estrutura com banheiros químicos e disponibilizou guardas municipais para auxiliarem na segurança do evento. A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que a Polícia Militar também vai atuar na festa. Há preocupação também com o patrimônio público.