A inclusão de novos procedimentos deve resultar no aumento das mensalidades dos planos de saúde. Segundo o diretor técnico da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), entidade que representa as fundações e planos de saúde sem fins lucrativos, João Paulo dos Reis Neto, de modo geral a incorporação de novas tecnologias causa impacto nos custos. “Quando esse impacto não pode ser absorvido pelas operadoras de planos de saúde, podemos ter como consequência o reajuste de mensalidades. O uso de tecnologias faz parte do conjunto de fatores que compõem o chamado custo médico-hospitalar”, afirma.
Planos de saúde terão de ampliar cobertura a partir de janeiro de 2016
ANS abriu consulta pública para ouvir a população, mas já definiu 11 novos procedimentos médicos, entre exames e cirurgias, além de outras novidades
Leia a matéria completaSegundo ele, nos últimos anos, a chamada “inflação médica” tem sido sempre maior que os índices inflacionários oficiais, como o IPCA. “Deste modo, o maior desafio para o setor de saúde suplementar é a sustentabilidade, que inclui encontrar soluções para questões como o crescimento das despesas assistenciais, a incorporação de novas tecnologias e o envelhecimento da população assistida”, afirma Neto.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa as seguradoras de saúde, ressalta que o reajuste das mensalidades pode sofrer impacto de tudo que onera o custo médico. “Entretanto, ainda não é possível saber se haverá e qual será o impacto desses novos procedimentos no reajuste das mensalidades, porque ainda não se conhece o resultado da consulta publica”, diz em nota.
Já Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa empresas que possuem cerca de 30% dos usuários de planos de saúde do país, informou, em nota, que aguarda a publicação do novo rol para se pronunciar.
Histórico
Em janeiro de 2014, quando a ANS atualizou o rol obrigatório dos planos de saúde, a Abramge PR/SC estimou o impacto da mudança entre 2% e 3% nas contas das operadoras. Em junho deste ano, ao anunciar o teto para o reajuste de planos individuais e familiares em 13,55%, a ANS acabou não revelando o peso do novo rol no porcentual. Contudo, sendo o maior limite de reajuste já autorizado pela Agência em uma década, estima-se que as projeções da Abramge PR/SC tenham ficado próximas da realidade.
Em 2013, 0,77% do teto dos reajustes para plano individuais e familiares de 9,04% veio do impacto do rol.
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